Bolsonaro diz não saber de novas joias e acusa PF de 'fabricar escândalos'
Ex-presidente disse que informações sobre joias não chegavam até ele e que pessoas teriam interesse de dar um "golpe mortal na direita"
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou desconhecer as novas joias apontadas pela Polícia Federal dentro investigações sobre a venda ilegal desses materiais valiosos nos Estados Unidos, e afirmou que a corporação tenta "fabricar escândalos" contra ele. As declarações foram dadas ao colunista Paulo Capelli, do Metrópoles.
"Desconheço essa nova joia. Não sei nem o que é. Se teve algo nesse sentido, sequer chegou ao meu conhecimento. Sobre essa questão de presentes recebidos, havia muitas pessoas. Algumas informações me chegavam muito depois. E, por vezes, nem chegavam até mim”, disse Bolsonaro.
"Agora, o que a atual diretoria da Polícia Federal está fazendo para tentar fabricar 'escândalo' nas minhas costas tá de brincadeira. Disseram que tinham encontrado um cavalo de ouro que valia milhões. Manchete em todos os jornais. Aí, depois, descobriram que o cavalo era de cobre e não valia nada. Para me atingir, usam a estrutura da PF para investigar até baleia”, continuou o ex-presidente.
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Na última segunda-feira, a Polícia Federal descobriu uma nova joia cravejada de pedras preciosas que teria sido negociada pelos aliados de Bolsonaro nos Estados Unidos e até então não figurava entre os itens investigados. Uma pessoa ligada a uma joalheria descreveu a peça e revelou que as gemas poderiam ser extraídas para comercialização.
“Veja só essa questão dos presentes: eu tive que devolver um fuzil que ganhei. Já o Lula manteve um fuzil que ganhou quando era presidente”, apontou Jair Bolsonaro em outro momento da conversa.
Bolsonaro lembrou da facada
Ainda na declaração ao colunista, Bolsonaro criticou a atuação da Polícia Federal na apuração da facada que sofreu em Juiz de Fora, em 2018.
"Se a Polícia Federal tivesse empenhado 10% desse esforço no caso Adélio, teria descoberto o mandante, quem queria a minha morte. Teve uma pessoa que tentou entrar na Câmara com o nome do Adélio, para forjar um álibi. Adélio foi ao clube de tiro que Carlos Bolsonaro frequentava em Santa Catarina. Quem passou essa informação a ele?”, questionou o ex-presidente.
"Momentos antes da facada, ele tentou se aproximar do Carlos, em Juiz de Fora, possivelmente com a intenção de matá-lo. Adélio teve advogados que atuaram gratuitamente no caso da facada. São advogados samaritanos?”, acrescentou.
"O delegado que investigou o Adélio foi promovido e, agora, comanda o setor de Inteligência. No departamento, pararam de investigar crimes de grande potencial para dar início a uma perseguição implacável contra mim. Querem dar um golpe mortal na direita. A direita tem lideranças, mas ainda falta amadurecer”, opinou Bolsonaro.