Marte pode ter água líquida em seu subsolo suficiente para formar um oceano global

Conclusões são baseadas em medições sísmicas realizadas pela sonda da Nasa. Água estaria localizada entre 11,5km de profundidade na crosta marciana

Publicado em 13/08/2024 às 10:57

Cientistas anunciaram nesta segunda-feira (12) que Marte pode conter água líquida em seu subsolo, com potencial para formar um oceano global.

Essa descoberta baseia-se em medições sísmicas realizadas pela sonda Mars InSight da NASA, que registrou mais de 1300 tremores marcianos antes de encerrar suas operações há dois anos.

Localização e Origem da Água

A água estaria situada entre 11,5 e 20 km abaixo da superfície marciana. Segundo os cientistas, essa água provavelmente se infiltrou no solo há bilhões de anos, quando Marte possuía rios, lagos e possivelmente oceanos.

A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences e adiciona mais evidências da presença de água no planeta.

Descobertas Anteriores

Em 2018, estudos indicaram a existência de água líquida em Marte, e em 2020, foi confirmado que há água salobra sob o gelo no polo sul do planeta.

Implicações e Estudos Futuros

Vashan Wright, cientista líder do estudo e pesquisador do Scripps Institution of Oceanography, destacou que a presença de água subterrânea não implica necessariamente na existência de vida em Marte. “Nossos achados indicam que podem existir ambientes potencialmente habitáveis”, afirmou à agência AP.

Para chegar a essas conclusões, a equipe de Wright usou modelos computacionais combinados com dados sísmicos da InSight, que indicaram que a água subterrânea é a explicação mais plausível.

Se a área estudada pela InSight, em Elysium Planitia — a segunda maior região vulcânica de Marte — for representativa do planeta, a água subterrânea poderia preencher um oceano global com profundidade entre 1 e 2 km.

Próximos Passos e Desafios

Para confirmar essas descobertas e investigar possíveis sinais de vida microbiana, serão necessários equipamentos de perfuração e outros instrumentos especializados.

Apesar de a InSight ter encerrado suas operações, os dados coletados continuam a ser analisados para obter mais informações sobre o interior de Marte.

Há mais de 3 bilhões de anos, Marte tinha um clima mais úmido, mas a perda de sua água superficial é atribuída à dissipação de sua atmosfera, resultando no planeta árido que conhecemos hoje.

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