Sem turismo, peças em barro ficam acumuladas no Alto do Moura, em Caruaru

Artesãos passam por situação financeira complicada
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 28/07/2020 às 16:55
Peças em barro ficam acumuladas nos ateliês dos artesãos Foto: Reprodução/TV Jornal Interior


Localizado em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o Alto do Moura é conhecido como o Maior Centro de Artes Figurativas das Américas. O espaço recebe turistas de vários locais do País, principalmente na época do São João. Porém, a pandemia do novo coronavírus não só causou o cancelamento da festa, como impactou diretamente a economia do bairro. Com bares e restaurantes ainda fechados, os artesãos até abrem os ateliês, mas ninguém aparece para comprar as peças.

Muitos deles decidiram produzir e estocar para quando o movimento for retomado. "Depois que apareceu essa doença, o Alto do Moura praticamente parou 99%. Eu estou na mesma situação. Eu tinha cinco irmãos trabalhavam comigo, todos saíram para ver se arrumavam outros serviços, limpando mato, serviço de pedreiro", lamentou o artesão Moacir Severino.

Trabalhando há mais de 40 anos com a arte em barro, Leonildo Nascimento tenta pensar no futuro. "Nós continuamos trabalhando, todos os dias estou fazendo novidades. A mente também trabalhou para fazer novos tipos de peças para quando o turismo voltar, a gente tenha o que mostrar", afirmou.

Além da venda para os turistas, há pessoas que compram para revender em cidades da região e de outros estados. Porém, até está demanda está parada.

Pedido de ajuda

O líder comunitário e também artesão Elton Rodrigues pede maior atenção para o Alto do Moura. "Turista infelizmente não temos. Pedimos uma atenção maior por parte do poder público. Tivemos o São João Solidário, quando nosso artesão pôde receber uma cesta básica, mas foi única. Ele precisa, então pedimos para que a gestão veja essa questão e ajude", cobrou.

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