O lançamento da série "Pacto Brutal: o Assassinato de Daniella Perez", série documental da HBO Max que conta com depoimentos acerca do crime que vitimou a atriz, trouxe novas discussões sobre o tema à tona.
Uma dessas discussões foi a motivação do crime cometido por Guilherme de Pádua e sua ex-esposa, Paula Thomaz. O ex-ator e sua então companheira, que estava grávida, apunhalaram Daniella com 18 facadas e deixaram o corpo da filha de Glória Perez em um terreno baldio.
Em 1992, quando o crime aconteceu, muitas especulações cercavam o caso. Uma delas foi a de que tratava-se de um ritual macabro do qual a atriz havia sido alvo, teoria que já foi comentada pela autora de novelas.
Mas a versão oficial dá conta de que a motivação teria vindo após a diminuição das cenas de Guilherme de Pádua na novela em que ambos atuavam, "De corpo e Alma", escrita por Glória Perez.
O que pouca gente lembra (ou sabe), é que Guilherme de Pádua tentou lançar um livro contando "sua versão" do crime abominável que cometeu. A publicação, nomeada "A História que o Brasil Desconhece", foi proibida pela Justiça, mas a mãe da atriz teve acesso a partes que revelavam atos chocantes.
Em um dos trechos, o assassino afirma que se masturbou pensando no crime que havia cometido, segundo Glória Perez. As informações são do CineBuzz.
"Isso a gente percebe em vários criminosos. E, nele, você percebe claramente como o assassinato pode ser um gatilho para o erotismo de alguém", analisa a autora de novelas.
Segundo Glória, o livro ainda traz detalhes sobre a motivação por trás do homicídio: "A ansiedade dele em fazer sucesso, o medo dele de estar sendo posto para fora da novela, tudo isso é muito claro no livro".
Durante entrevista ao Splash, Glória Perez revelou que ela mesma entregou o material que foi usado na série sobre Daniella, incluindo fotos brutais. "Se você quer contar essa história, tem que mostrar o que eles fizeram", disse ela.
"O que me incomoda é que esse crime tenha sido cometido e que tenha sido tratado da maneira que foi. Eu acho que as fotos não deixam minimizar nada", acrescentou Glória.
"Você olha e foi exatamente aquilo que foi feito. Então, me dói ver aquilo? Muito. Mas me doeu ver aquilo ao vivo, como eu vi. E ver depois como aquilo foi tratado de maneira a minimizar (o crime)", contou a autora.
Graças à brutalidade com que aconteceu, o assassinato de Daniella Perez tornou-se um caso midiático na época. Muitos queriam saber quem, de fato, haviam matado a atriz em ascensão e qual seria a punição destinada aos responsáveis.
Pouco depois do crime, a polícia chegou a dois nomes: Paula Thomaz e Guilherme de Pádua. As autoridades descobriram que o ator e a esposa estavam envolvidos por causa da placa do carro, que foi anotada por testemunhas.
De acordo com uma matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo durante a época do julgamento, o depoimento de Paula Thomaz foi marcado por contradições.
Paula chegou a dizer que estava no Barrashopping durante o momento do crime e depois mudou sua versão, dizendo que esteve no espetáculo "A Noite dos Leopardos", de nus masculinos, ao lado do esposo.
Informações ainda relatam que ela teve uma crise de choro e precisou ser retirada do local 15 minutos após o início do interrogatório. Na volta, negou sua participação no crime que matou Daniella Perez durante os 70 minutos de depoimento.
Passados cinco anos do crime, o julgamento aconteceu e ambos foram condenados por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade da defesa da vítima. Guilherme foi condenado a 19 anos, e Paula, a 18 anos e seis meses.
Grávida durante o assassinato, Paula deu à luz Felipe em maio de 1993, enquanto estava presa. Ela e o ator se separaram pouco depois, em decorrência das diferentes versões apresentadas como defesa.
Em grande parte dos depoimentos, ele responsabilizava a estão esposa pelo crime. Com apenas sete anos de prisão, os dois foram colocados em liberdade condicional. Hoje, Guilherme de Pádua é pastor e Paula Thomaz leva uma vida discreta.
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