A chegada das festas juninas acende um alerta para os profissionais de saúde, especialmente aqueles que trabalham nas urgências e emergências. Isso porque a época é marcada pelo aumento significativo nas ocorrências de queimaduras. De acordo com o Instituto Help Your Hands, em junho o número de acidentes de queimaduras é até dez vezes maior do que em outras épocas do ano.
Marcos Barreto, coordenador do Centro de Queimados do Hospital da Restauração, destaca a expressiva demanda de pacientes nas vésperas e dias de São João e São Pedro 23, 24, 29 e 30 de junho, respectivamente. Entre 2019 e 2021, a unidade teve cerca de 850 casos, um aumento médio de 30% no número de atendimentos.
Segundo a presidente do Help Your Hands e médica cirurgiã de mão, Etelvina Vaz, as áreas mais afetadas são as mãos, braços e face, havendo ainda riscos para audição e visão – onde os fragmentos liberados pelas explosões podem perfurar o globo ocular, desencadeando transtornos visuais e o comprometimento grave da visão, ou até provocar cegueira.
Ela relata que os incidentes ocasionados por fogos e fogueiras provocam queimaduras em 70% dos casos, já 20% dos feridos são acometidos com lacerações, e 10% chegam a ter os membros superiores amputados.
"Dependendo da potência, esses quadros podem até levar à morte", enfatiza. As principais vítimas são crianças entre 4 e 14 anos e homens na faixa etária de 15 e 50 anos.
Diante dessa realidade, Etelvina reforça a necessidade de proibir e fiscalizar o acendimento de fogueiras e a queima de fogos no período junino. Em paralelo, o instituto alerta para os perigos dessas práticas e orienta a população sobre a adoção de medidas para a prevenção de acidentes.
A primeira recomendação é que os produtos sejam adquiridos em estabelecimentos comerciais licenciados, contendo selo do Inmetro e instruções de uso no rótulo.
Quanto ao uso, a médica ressalta que as crianças não devem acender, nem manipular esses artefatos. “É indicado que apenas pessoas treinadas, maiores de 18 anos, façam a compra e a soltura dos fogos. Além disso, os usuários devem ficar atentos a classificação de idade indicada pelos fabricantes e a forma de manuseio correto”, diz.
Outras orientações para curtir as festividades com segurança são:
Já a fogueira, representa um perigo de incêndio imediato e de acidentes com queima direta. A área dos olhos também fica bastante vulnerável às chamas e deve ser protegida.
A presidente do Help Your Hands ressalta que as cinzas, fumaça e brasas podem ocasionar quadros de conjuntivite alérgica ou edema da pálpebra. “Ardor, desconforto e lacrimejamento são os primeiros sinais de agressão à visão”, avisa.
“De toda forma, o ideal é se manter afastado das chamas e, assim que terminar a brincadeira, apagar o fogo e resfriar o chão, para evitar que alguém pise na área coberta por cinzas”, conclui aconselhando.
Em caso de queimadura, a médica adverte que medidas caseiras como a aplicação de manteiga, creme dental, café e açúcar não devem ser usadas, pois agravam o ferimento. Já a água corrente fria alivia a dor.
Em queimaduras de primeiro grau, aquelas que são mais leves e atingem a cama superficial da pele e causa apenas vermelhidão e ardência, o ideal é resfriar a área com água fria ou soro fisiológico em abundância até amenizar a dor. Caso haja persistência nos incômodos, procure um médico.
Já para queimaduras de segundo grau, que costumam apresentar bolhas, além de resfriar a região, é necessário também ir a um um médico imediatamente. O profissional especializado irá averiguar a necessidade de fazer um curativo e passará o tratamento adequado.
É importante não estourar as bolhas ou retirar a pele, pois pode danificar o tecido em regeneração. Outra dica importante é não lavar com álcool, o que irá sensibilizar o ferimento.
As queimaduras de terceiro grau, onde há possibilidade de comprometimento dos nervos, músculos e estrutura óssea, é preciso procurar um hospital urgentemente. As lesões são caracterizadas pela ausência de dor, já que a sensibilidade foi totalmente perdida por conta da gravidade da queimadura.
Antes de ir à unidade hospitalar, recomenda-se a retirada de todos os acessórios que possam ficar presos com o inchaço da região. O tratamento adequado, muitas vezes com intervenção cirúrgica, será feito pelo médico especialista.
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