A Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim, no Agreste de Pernambuco, não recebeu chuvas suficientes para alterar o quadro de colapso. O maior reservatório para abastecimento de água para uso humano no Estado continua seco. Segundo a Compesa, a barragem fica na região de pior balanço hídrico do Brasil e não resistiu à estiagem por sete anos consecutivos, entrando em colapso em setembro do ano passado.
De acordo com a Compesa, Jucazinho passa pelo pior cenário desde a inauguração, em 2000. Dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) revelam que em agosto as chuvas começam a ficar mais fracas no Agreste e terão duração mais curta. A expectativa é de que chova em torno de 80 milímetros na região da barragem. Como o volume de precipitação não é concentrado, não deve contribuir significativamente para acumular água em Jucazinho. A partir de setembro, o volume de chuvas cai.
A última vez que a Barragem de Jucazinho sangrou foi em setembro de 2011. Para reverter a situação, seria necessária a ocorrência de fortes chuvas nos municípios da bacia do Rio Capibaribe, como Jataúba, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho e Riacho das Almas.
O colapso de Jucazinho faz com que algumas cidades atendidas pelo sistema sejam abastecidas por outras fontes de água, como Caruaru, Gravatá e Bezerros. Para melhorar o fornecimento de água para Caruaru e outras cidades da região, como Santa Cruz do Capibaribe, a Compesa está realizando uma obra de ampliação das estações de bombeamento do Sistema do Prata/Pirangi, que vai aumentar a capacidade de transporte de água do sistema.
Em Toritama, a obra vai possibilitar a retirada da população do colapso. A previsão é de que o município volte a ser abastecido pela rede ainda em agosto. As cidades de Riacho das Almas, Cumaru, Passira e Salgadinho, que estão sendo atendidas exclusivamente por carros-pipa, devem voltar a ser abastecidas pela rede com a construção de uma unidade de bombeamento na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Salgado, em Caruaru. A unidade vai possibilitar a inversão do sistema, que antes vinha de Jucazinho para Caruaru, para retornar o caminho da adutora, levando água do Sistema Prata/Pirangi para estas cidades.
Para regularizar o abastecimento de água nas 68 cidades da região, o Governo do Estado e a Compesa estão realizando a Adutora do Agreste, considerada a maior obra estruturadora em Pernambuco, para receber as águas da Transposição do Rio São Francisco. Para antecipar o uso das tubulações já assentadas da adutora, outras obras foram pensadas para garantir a sustentabilidade hídrica da região: a Adutora do Moxotó, Poços de Tupanatinga, Adutora do Alto Capibaribe e a Adutora de Serro Azul. As duas últimas ainda não foram iniciadas.
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