A Polícia Federal deflagrou na manhã dessa quinta-feira (30) a operação "Hodie" na Zona da Mata Sul pernambucana, com o objetivo de apurar crimes contra a Previdência Social, relacionados à concessão fraudulenta de benefícios de auxílio-doença, aposentadorias por invalidez, aposentadoria por idade para segurado especial e benefícios de pensão por morte decorrente deles. Durante a ação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo dois em Palmares na residência de um ex-servidor do INSS e um em Água Preta, na casa de um intermediário.
As investigações começaram em 2015, a partir de denúncias analisadas pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, com o apoio do INSS. Um inquérito policial foi instaurado para apuração de benefício específico. As investigações chegaram a uma amostragem de 98 benefícios com indicativos de fraudes, após o resultado da análise realizada pela Força-Tarefa Previdenciária.
De acordo com a Polícia Federal, foram constatadas irregularidades como a manipulação de agendamento, declarações falsas atestando indevidamente a qualidade de trabalhador rural e informações falsas simulando a qualidade de dependente para os benefícios de pensão por morte. A PF estima um prejuízo de cerca de R$ 5,6 milhões com o pagamento dos benefícios obtidos de forma fraudulenta.
Cerca de 15 policiais federais e dois servidores da CGINT participaram da ação. A operação foi denominada "Hodie", do latim, que significa "hoje". Nas buscas, foram apreendidos vários contratos de concessão de benefícios com indícios de fraudes e diversas carteiras de trabalho utilizadas nos golpes visando a concessão fraudulenta dos benefícios. O material passará por perícia técnica.
Com a deflagração da operação, o valor do prejuízo evitado é de pelo menos R$ 8,8 milhões, levando-se em consideração a expectativa de sobrevida da população brasileira. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, peculato e inserção de dados falsos no sistema, além de outros crimes a serem revelados com a conclusão das investigações. As penas máximas somadas podem chegar a 35 anos de reclusão.
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