O delegado João Carlos Lins, responsável pelo inquérito que apura as circunstâncias do acidente que vitimou três pessoas na BR-104, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, informou em coletiva de imprensa que o motorista da caminhonete, um médico, teria ingerido bebida alcoólica. Além disto, o médico estaria a 100 km/h, quando a velocidade máxima permitida no quilômetro 13,5, local do acidente, é 80 km/h. Ele ainda teria desrespeitado a placa que proíbe ultrapassagem no trecho.
"Ele teria ingerido bebida alcoólica, ao qual posteriormente adentrou na BR-104 com excesso de velocidade, desrespeitando toda uma sinalização vertical que tinha na área", disse o delegado. O acidente deixou três pessoas mortas e duas pessoas gravemente feridas. O inquérito, que tem 190 páginas, foi concluído com o indiciamento do médico por homicídio doloso (dolo eventual). O delegado pediu a prisão preventiva do médico.
O acidente teria acontecido quando o motorista da caminhonete forçou a ultrapassagem da moto, fazendo com que o motociclista se desequilibrasse e caísse. Em seguida, colidiu com outro carro. A esposa do motociclista morreu, assim como pai e filha que estavam no carro. Uma jovem de 19 anos que pegava uma carona no carro continua internada e deve ficar com sequelas.
"Ele tirou um pedaço de dentro de mim, eu quero muito que a Justiça seja feita, estamos correndo atrás disso", lamentou o pai da mulher que estava na moto, Boás Santos. A família das outras duas vítimas também aguarda o desenrolar do caso. "Ele causou um dano extremo à nossa família, não só a gente, a três outras famílias de pessoas que também foram vítimas desse acidente, e a gente está aguardando que a Justiça seja feita", disse o primo de outra vítima, Ítalo Casé.
A defesa do médico não concorda com o pedido de prisão preventiva feito pelo delegado. "Ele nunca se evadiu daqui, do local de onde ele mora, sempre trabalhou nos endereços onde ele presta seu trabalho como médico, desde o dia do fato até a data de hoje, o que distorce por completo a motivação que o delegado de polícia o levou a pedir a prisão preventiva. É um direito do delegado, requisitar essa prisão preventiva. No entanto, quem decide é a Justiça", disse o advogado Gláucio Fernandes.
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