O município de Bezerros, no Agreste de Pernambuco, está com dificuldades financeiras há alguns meses. O motivo é que as receitas estão menores do que as despesas. De acordo com o site Tome Conta, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), os gastos foram em torno de R$ 93 milhões, enquanto a arrecadação não chegou a R$ 80 milhões. Por causa disto, a prefeitura do município fez um um acordo com os servidores para o pagamento do 13º salário, que será pago de uma única vez no dia 20 de dezembro.
O acordo foi firmado entre a prefeitura, os servidores e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A cidade tem cerca de 2 mil servidores, entre concursados e contratados. "A gente fechou um acordo, que parte dos salários fossem divididos, e foi dividido até agora o mês de outubro. A gente recebeu a última parcela no dia 20 de novembro e ficou acordado que o salário de novembro será pago em 10 de dezembro e o 13º salário, até o dia 20", afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Professores, George Sanguineto.
Os problemas financeiros também são sentidos pela população em geral. "A dificuldade do município não é de agora, ela vem se arrastando já há alguns anos com a reeleição do prefeito, que deixou o cargo e entregou para o vice. Em tese, a gente vê que não é só culpa de quem assumiu, a culpa é do seu antecessor, que deixou o município numa condição precária com relação a finanças", opinou o contador Pedro Bezerra.
Segundo o controlador geral de Bezerros, Izac Júnior, a gestão aguarda a cota extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para realizar o pagamento: "A gente tem uma dificuldade de pagar o 13º, mas a gente está fazendo uma previsão para quitar até o dia 20 de dezembro, na data limite. A gente está aguardando a cota extra do FPM, dos recursos federais, para juntar e pagar em dezembro o 13º de todos os funcionários".
Além de Bezerros, cidades como Gravatá, Altinho e Belo Jardim, também no Agreste pernambucano, estão enfrentando dificuldades para realizar o pagamento do salário extra. Apesar disto, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, está confiante de que vai dar certo: "No momento, nós podemos afirmar que a maioria dos municípios de Pernambuco têm a intenção e o compromisso de pagar o 13°. As contas estão apertadas, as dificuldades são muitas para que se honre os compromissos, mas não há indicativo de não pagamento".
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