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A Prefeitura de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, está utilizando uma tecnologia de geolocalização de smartphones (localização do celular) para identificar se os moradores da cidade estão cumprindo a orientação do isolamento social. A ferramenta de mapeamento foi desenvolvida pela empresa In Loco, que realiza o mesmo trabalho no Recife durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Até esta sexta-feira (3), a Capital do Agreste tinha dois casos confirmados da doença.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Francisco Santos, os smartphones monitorados autorizaram o envio de informações para empresas parceiras da In Loco. Ele ressalta que não há monitoramento individual: a análise é feita através de polígonos de 450 metros de raio e dentro disto, é possível verificar através de percentuais se as pessoas estão saindo desta área ou não.
Todas as crises geram disrupções, a gente avança de patamar, é o que está acontecendo agorasecretário de Saúde de Caruaru, Francisco Santos
A empresa é pernambucana e fornece inteligência a partir de dados de localização. A tecnologia foi desenhada, de acordo com a empresa, para não identificar as pessoas, garantindo a privacidade e o anonimato. Recentemente, a In Loco ampliou as operações e agora tem bases em São Francisco e em Nova York, nos Estados Unidos.
Não há como saber o número de pessoas nem quem são elas, apenas a porcentagem que está saindo de um determinado local. "Serve para compreender as tendências e saber onde está dando certo e errado a ação, e para ajudar a direcionar as intervenções nos locais onde tem um descumprimento maior", explica o secretário.
A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, destacou a dificuldade de conscientizar a população sobre a importância de ficar em casa. "Em alguns locais a gente consegue perceber 70%, 80% do isolamento e em outros, 20% a 30%. Esse é uma grande desafio de fato", declarou, em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (3).
A prefeitura recebe a atualização do cenário de 24h em 24h, ou seja, não tem controle dos dados em tempo real. A ferramenta monitora toda a cidade, mas em algumas áreas, como na zona rural, os dados são menores, já que naturalmente há menos aglomerações e a empresa responsável precisa de um número mínimo de dispositivos para fazer o monitoramento.
Por parte do município, os dados são utilizados para direcionar atividades educativas, envio de mensagens de texto e outras ações de conscientização, como as barreiras sanitárias.
Brasil Sem Corona
Além disto, a prefeitura estimula a população a utilizar a ferramenta Brasil Sem Corona, desenvolvida pelas startups Colab e Epitrack para monitorar os riscos de infecção por coronavírus em cidades de todo o País.
Na plataforma, os usuários respondem um questionário sobre como estão se sentindo e podem acompanhar uma estimativa em tempo real por território e a previsão do que pode acontecer em até sete dias na região. A ferramenta pode ser acessada através do aplicativo Colab, disponível para Android e iOS. O serviço considerado uma vigilância participativa, e não impede o monitoramento por parte da secretaria de Saúde.
Tecnologia é aliada
A tecnologia é utilizada como aliada no cruzamento de dados com os cadastros já existentes da população do município, feitos naturalmente para controle da situação da saúde em tempos de normalidade. Os cadastros incluem informações para aplicações de vacinas, necessidade de medicamentos, entre outros. Isto ajuda, de acordo com o secretário, a dar robustez às informações para a tomada de decisões.
Para o secretário, não há como encontrar saídas para o coronavírus e outros problemas sem o apoio da tenologias. "Todas as crises geram disrupções, a gente avança de patamar, é o que está acontecendo agora. Com a convergência da tecnologia, a chance de ter sucesso aumenta".