A conclusão do inquérito da morte de Miguel Otávio, de cinco anos, será apresentado pela polícia na tarde desta quarta-feira (1º). O delegado Ramon Teixeira, que é responsável pelo inquérito e o perito do Instituto de Criminalistica (IC), André Amaral, farão os esclarecimentos do caso.
Miguel caiu do nono andar do prédio onde sua mãe, Mirtes Renata da Silva, trabalhava. Ele tinha ficado no apartamento, aos cuidados da patroa de sua mãe, Sari Côrte Real, enquanto Mirtes passeava com o cachorro dos patrões. Ele foi deixado sozinho no elevador por Sarí pouco antes da queda.
O inquérito tem mais de 20 depoimentos, incluindo moradores e funcionários do local. Um dia após a queda do menino, o delegado autuou em flagrante a patroa da mãe de Miguel, por homicídio culposo. O policial afirmou que Sarí foi negligente por deixar Miguel usar o elevador sozinho, mas não teve a intenção de matá-lo.
Com a conclusão do inquérito, o caso vai para o Ministério Público. A promotoria pode concordar ou não com o indiciamento feito pela polícia.
O delegado recebeu o laudo pericial feito no edifício na última sexta-feira. No documento, os peritos constataram que Sarí Corte Real apertou o botão da cobertura no elevador, antes de deixar o menino sozinho. Em depoimento, ela negou ter apertado o botão da cobertura.
O advogado de Mirtes, mãe de Miguel, comentou em nota que “o laudo pericial detalha o abandono” a que a criança foi submetida. “A diferença entre o acidente e o desamparo é a escolha. Optou-se em desproteger. Miguel foi largado no elevador sem ninguém a sua espera. Sempre confiamos no trabalho da Polícia Científica de Pernambuco que, repita-se, por meio do perito criminal subscritor (André Amaral), revelou estudo minucioso, objetivo e esclarecedor”, escreveu o advogado Rodrigo Almendra.
Miguel morreu após cair de uma altura de 35 metros do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau (Torres Gêmeas), no bairro São José, na área central do Recife. Segundo as investigações da Polícia Civil, o menino entrou no elevador do prédio e foi sozinho até o 9º andar, onde escalou uma grade e caiu de uma altura de 35 metros. Ele estava no apartamento com a patroa da mãe dele e uma manicure.
A mãe dele desceu para passear com o cachorro da patroa. A criança quis ir junto com a mãe, mas foi contido pela dona do apartamento. O menino tentou escapar novamente e a moradora o deixou ir para o elevador sozinho. A patroa da mãe de Miguel viu quando a criança entrou no elevador e não a impediu de andar sozinha.
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