Economia

Vendas nos supermercados caem 10% devido à inflação alta e a redução de auxílio

Nas últimas semanas, as vendas de produtos nos supermercados e nas redes de atacarejos do país diminuíram em torno dos 10%, segundo avaliação da Associação Paulista de Supermercados

Equipe NE 10 Interior
Equipe NE 10 Interior
Publicado em 29/10/2020 às 15:04
Bruno Campos/ JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/ JC Imagem

Nas últimas semanas, as vendas de produtos nos supermercados e nas redes de atacarejos do país diminuíram em torno dos 10%, segundo avaliação da Associação Paulista de Supermercados. A queda na demanda por parte dos consumidores teria como motivadores a disparada da inflação dos alimentos, bem como o corte pela metade do auxílio emergencial recebido por 65 milhões de brasileiros.  

“Este mês todo mundo está chiando porque a venda caiu muito. Vendas nos supermercados caem 10%”, afirmou ao Estadão, o diretor de mercado da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Omar Assaf.

Inflação
 

De acordo com reportagem do Estadão, em outubro, a prévia da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - 15 (IPCA-15) atingiu 0,94%. O resultado é mais que o dobro da inflação registrada em setembro e a maior alta para o mês em 25 anos. A comida respondeu pela metade da inflação ao consumidor, com destaques para a carne bovina (4,83%) - item de maior peso entre os alimentos -, óleo de soja (22,34%), arroz (18,48%) e leite longa vida (4,26%), por exemplo.

Com a redução do auxílio emergencial e sem uma contrapartida de aumento do emprego, a perspectiva é que o consumo perca fôlego e a alta de preços arrefeça. Assaf lembra, por exemplo, que o 13.º dos aposentados já foi pago este ano e que essa injeção extra de recursos no último bimestre não vai ocorrer. “É menos dinheiro rodando na praça e menos ânimo para o cidadão repassar custos”, diz o diretor da Apas.