Sobrevivente de chacina em Sanharó relembra momentos de terror vividos na noite do crime

Cinco jovens foram mortos e quatro ficaram feridos após tiroteio em festa
Marília Pessoa e Elessandra Melo
Publicado em 13/11/2020 às 9:59
Uma das sobreviventes foi baleada nas costas Foto: Reprodução/TV Jornal Interior


Quase uma semana após a chacina que deixou cinco pessoas mortas e quatro feridas em uma festa na zona rural de Sanharó, no Agreste pernambucano, uma das sobreviventes cedeu uma entrevista à TV Jornal Interior, em que relembra os momentos de terror vividos na noite em que o crime aconteceu.

Cinco pessoas foram mortas a tiros e seis foram baleadas durante uma festa na madrugada do sábado, 7 de novembro, no Sítio Cachoeira. De acordo com informações da Polícia Civil, as vítimas participavam de uma festa beneficente para arrecadar recursos para as vítimas das chuvas em Sanharó quando dois homens chegaram em um carro efetuando vários disparos.

Os suspeitos fugiram após o crime. Ainda não se sabe a motivação.

Roberta Santos, de 18 anos, foi uma das sobreviventes. Ela foi baleada nas costas, passou por uma cirurgia no Hospital Regional do Agreste (HRA) e teve alta no domingo.

"Tinha muita gente, eu fui com dois que faleceram e com minha prima. Quando vi, tinha levado o tiro e estava caída. [Eu acho que os outros que estavam comigo] foram atingidos primeiro", conta a jovem.

"Eu caí na hora e fiquei sem sentir as pernas. Quando minha prima viu que eu não havia ido atrás dela, voltou e me ajudou", completou.

Entre os cinco jovens que morreram, está Emily Vitória, de 18 anos. A menina era engajada em eventos beneficentes, de acordo com as amigas. "Ela começou a ajudar muita gente, ela estava com esse propósito de ajudar. Eu estava em casa com a prima dela no telefone e, assim que desliguei, a prima retornou a ligação e disse que estava indo para o hospital porque tinham atirado em Emily. Por volta das 2h30, a prima dela ligou e disse que ela faleceu", conta Evelyn Maria de Oliveira.

A outra amiga de Emily, Shayanne Freitas, ajudou a divulgar o evento, mas desistiu de ir horas antes. "Eu abri o grupo. Realmente tinha acontecido. É uma coisa que não dá para aceitar, pela forma que aconteceu", disse emocionada, durante a entrevista.

Elas pedem que a justiça seja feita. "Era nossa amiga. Não foi só ela que foi morta. Havia mais vidas inocentes ali, acho mais que justo que a Justiça seja feita", diz Evelyn.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que dois policiais estão à frente do caso, mas que vão se pronunciar apenas a conclusão do inquérito.

Veja a reportagem:

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