Países europeus suspenderam, temporariamente, a aplicação de vacinas contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Autoridades de saúde nacionais e da União Europeia estão investigando se alguns casos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, que podem provocar trombose ou embolia pulmonar, estariam relacionados ao imunizante.
Até o momento, os países que deixaram de utilizar a vacina na imunização foram: Dinamarca, Islândia, Áustria, Luxemburgo, Letônia, Estônia e , Lituânia. Além disso, Itália e Noruega também suspenderam a vacinação com o imunizante enquanto aguardam investigações.
Em reação à decisão dos países, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou nesta quinta-feira (11) que não há indícios de que a vacina de Oxford teria provocado os casos de tromboembolismo e que o imunizante é seguro para uso. O órgão está realizando uma investigação aprofundada e divulgará mais detalhes nos próximos dias.
No caso da Dinamarca, a suspensão por duas semanas vale para imunizantes da AstraZeneca em geral e foi determinada depois que coágulos sanguíneos provocaram a morte de uma pessoa vacinada. Nos outros países, foi interrompido o uso de um lote específico, também após óbito por trombose de uma mulher imunizada na Áustria.
Na Áustria, a interrupção foi de um lote específico, do qual foram aplicadas doses em duas pessoas que desenvolveram coágulos. Uma enfermeira de 49 anos morreu dez dias após tomar a primeira dose. De acordo com o governo austríaco, não é possível afirmar que o imunizante tenha causado a morte. Outra pessoa de 35 anos, que recebeu uma injeção do mesmo lote, foi hospitalizada com um coágulo sanguíneo no pulmão, mas estava se recuperando, segundo o Escritório Federal Austríaco para Segurança em Saúde.
As doses usadas nas duas mulheres na Áustria que desenvolveram coágulos pertencia ao lote ABV5300, que tem um milhão de doses e foi distribuído para 17 países europeus: Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Estônia, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Polônia, Espanha e Suécia.
A EMA disse ser "improvável" que haja algum problema na qualidade nesse lote, mas que ele está sendo investigado, assim como todos os casos de tromboembolismo e outros relacionados a coágulos sanguíneos identificados após a vacinação.
Segundo a agência europeia, desde o início da vacinação, foram registrados 22 casos de trombose em mais de 3 milhões de pessoas vacinadas nos 30 países do Espaço Econômico Europeu (que compreende a UE, a Noruega, a Islândia e Lichtenstein).
O número de "eventos tromboembólicos em pessoas vacinadas não é superior ao observado na população em geral", acrescentou.
A AstraZeneca afirmou que segurança é prioridade da empresa e que os ensaios clínicos não revelaram efeitos colaterais graves: "Os reguladores têm padrões claros e rigorosos de eficácia e segurança para a aprovação de qualquer novo medicamento, e isso inclui a vacina contra Covid-19".
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