Os sinais do relacionamento abusivo foi o assunto do programa Consultório dessa segunda-feira (22). A radialista Samara Pontes conversou, por telefone, com a neuropsicóloga Suzana Lyra. Direto de Salvador (BA), a especialista traçou as características de abusadores e vítimas. O programa foi ao ar pela Rádio Jornal Garanhuns.
Antes da identificação dos sinais da relação abusiva, a terapeuta aponta a necessidade do autoconhecimento. “É importante pararmos para refletir quem somos, o que queremos e como estamos nos sentindo. A partir dessas indagações será mais fácil compreender o que se passa em uma relação. Você começa a notar melhor que algumas coisas que estão acontecendo não são as ideais e não condiz com o que você procura”, enfatizou.
Dentre as principais características do abusador está a dominação. Mas outro ponto que as vítimas precisam observar são as frases típicas de quem quer que você duvide da sua própria capacidade de discernimento. “Frases como ‘você é louca’, ‘você está vendo coisa onde não existe’, entre outros termos bem conhecidos por quem passa por relacionamentos assim, fazem com que a vítima comece a duvidar dela mesma. Ela começa a pensar que de fato está exagerando, que sua queixa realmente não faz sentindo e termina se anulando dentro daquele contexto”.
A possessividade e o ciúme doentio são outros pontos que precisam ser questionados. “Sentir ciúme, na medida certa, é até saudável para a relação, mas quando isso ultrapassa sua liberdade de ir e vir, quando alguém duvida de tudo o que você fala ou faz sem motivo aparente, isso não pode ser normal. Muita gente passa a evitar diversas situações por medo das reações do parceiro ou parceira, isso é muito sério. Você deixa de viver sua vida para agradar outro que sabe que não existe nada, mas quer simplesmente dominar e te fazer refém de uma situação”, pontuou Lyra.
O grande alerta em relações do tipo está na violência. Além da violência psicológica, que já é muito grave com consequências seríssimas para a saúde, a violência física pode vir a se tornar a prática, podendo chegar a forma mais grave de violência contra a mulher: o feminicídio. Para sair desse ciclo de violência a neuropsicóloga alerta: “Procurar ajuda profissional é primordial. Com a abordagem correta você passará a ter coragem de sair de situações assim. Por mais que se acredite no sentimento pelo outro que machuca, isso não pode ser perpetuado”.
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