Em entrevista ao jornal britânico the Guardian, neste sábado (10), a ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou que a Covid-19 teria matado menos no Brasil, não fosse a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Não é a palavra [genocídio] que me interessa, é o conceito. E o conceito é este: responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas", declarou.
Dilma afirmou que a sabotagem de Bolsonaro à vacinação, a recusa em ordenar um lockdown e a falha em oferecer apoio econômico adequado aos mais pobres contribuíram para uma tragédia de "proporções catastróficas". "Não estou dizendo que o Brasil não teria sofrido mortes, todos os países sofreram", afirmou. "Estou dizendo que parte do nível de mortes aqui se deve fundamentalmente a decisões políticas incorretas, que continuam sendo tomadas".
Segundo a ex-presidenta, a administração "genocida" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia deixou o Brasil "à deriva em um oceano de fome e doenças". O jornal destaca que o Brasil vive um momento crítico, com mais de 12 mil mortos pela doença nos últimos três dias, e com expectativa de que a situação se agrave ao longo de abril.
Bicho-papão
A publicação descreve Bolsonaro como um populista de extrema-direita, admirador de Donald Trump (ex-presidente dos EUA), e que se tornou um "bicho-papão" internacional por tratar de forma anticientífica a doença que o político chamou de "gripezinha".