Os casos de violência contra as mulheres vêm aumentando com o passar dos anos. De janeiro a novembro de 2020, o número de feminicídios aumentou 26,9%, saltando de 52 registros para 66, comparando o mesmo período de 2019. Já neste ano, nos dois primeiros meses, de acordo com dados da Secretaria de Defesa Social, também houve aumento, sendo contabilizados 19 feminicídios, contra 14 nos mesmos meses do ano passado.
Essa situação acende o sinal de alerta das autoridades de segurança pública no estado de Pernambuco e também de políticos. Durante entrevista nesta quinta-feira (20), no programa Além da Notícia, da Rádio Jornal Caruaru, a Deputada Estadual, Gleide Ângelo (PSB), demonstrou preocupação com esses números.
"A pandemia veio revelar o que eu vejo há 18 anos na polícia: que o local que deveria ser de proteção da mulher, que é a casa, é o local de agressão, é o local que a mulher está mais vulnerável. […] Infelizmente, tudo é motivo para essa mulher sofrer essa violência. Se ele [o agressor] perde o emprego, desconta na mulher; se o time de futebol perde, desconta na mulher; se ele bebe, desconta na mulher […] então, é por isso que a gente vê o aumento que teve no número de feminicídios. Foi por conta realmente da pandemia e também da questão do desemprego. Tem muita mulher que sofre violência alegando que não tem pra onde ir”, destacou a deputada.
Gleide Ângelo afirmou que no estado de Pernambuco existem milhares de mulheres com medidas protetivas de urgência, com o objetivo de afastar agressores e salvar vidas. “Infelizmente tem mais de 30 mil mulheres no estado com medidas protetivas […] com entrada na rede de proteção, a partir do momento que ela vai para a delegacia, ela requer a protetiva. Quando ela for deferida, primeiro passo o agressor é tirado de casa e ela fica com os filhos. Segundo passo, se ele descumprir, é um crime inafiançável. Ele já vai ser preso em flagrante. E, durante a protetiva que ela tiver, ela vai ter a patrulha Maria da Penha, que são viaturas da polícia militar exclusivas para esse atendimento. […] Terceiro, essa mulher vai ter um atendimento prioritário no 190 mulher”, explicou.
Em Caruaru, as mulheres que sofrem violência são atendidas através da Rede de Enfrentamento, implantada por meio das secretarias de Políticas para Mulheres. As denúncias também podem ser feitas anonimamente através do Disque-Denúncia Agreste no número (81) 3719-4545.
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