Entenda como funciona a vacina contra covid-19 em grávidas e puérperas

Infectologista tirou dúvidas na Rádio Jornal Garanhuns
Samara Pontes
Publicado em 15/06/2021 às 19:30
Grávida de 33 anos não resistiu e morreu, bebê está na UTI Foto: Pixabay


O infectologista Lívio Dias participou do programa Consultório nesta segunda-feira (14) e tirou dúvidas a respeito da imunização de gestantes e puérperas contra a Covid-19. O profissional esclareceu, entre outros pontos, que as vacinas contra o coronavírus, no geral, são muito seguras para este grupo. Outros detalhes estão disponíveis no Facebook da Rádio Jornal Garanhuns.

De acordo com o especialista, as vacinas da Covid não utilizam vírus vivos, o que poderia ser arriscado para as gestantes, mas sim, componentes que não causam a doença. "No entanto, a vacina da Astrazeneca, por exemplo, usa uma tecnologia que a gente chama de vetor viral: significa que ela tem o vírus que foi modificado para que produzisse uma proteína parecida com o coronavírus. Esse imunizante disparou um alerta quando uma gestante que havia tomado a vacina evoluiu para um quadro grave e veio a óbito. Ainda assim, não se sabe se foi realmente o que causou o quadro", alertou. A boa notícia é que as demais vacinas não apresentaram riscos e podem ser administradas em qualquer período gestacional

Sobre os motivos que levam gestantes a serem mais propensas a desenvolverem as formas graves da doença, Lívio esclarece: "Não se sabe exatamente se o sistema imune das grávidas fica mais suscetível a desenvolver infecções, mas sabemos que seu organismo trabalha de forma diferente. O mesmo acontece com puérperas. O que sabemos é que todo o corpo da mulher está sendo modificado para atender as demandas do bebê, seus órgãos se adaptam e a estrutura respiratória também. É preciso ter cuidado". Para tranquilizar as mulheres grávidas, o médico também explicou que as formas graves da Covid são a minoria nesses casos.

E a possibilidade de bebês nascerem imunes ao coronavírus, pelo menos por um tempo, é real: "Já esperávamos que isso fosse acontecer pela experiência com outras infecções. Se a mulher teve Covid ou se vacinou, isso no período de 30 dias anterior ao nascimento, há uma grande chance do bebê nascer protegido contra a doença. Isso nos dá um alívio muito grande e vamos acompanhar como será a evolução dos casos ao longo do tempo", destacou o infectologista.

Confira a entrevista:

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