"Falta de respeito com minha luta", diz mãe de Beatriz Mota ao negar encontro com Paulo Câmara

A mãe da menina Beatriz Angélica Mota, Lucinha Mota, gravou um vídeo nesta terça-feira (21) negando o encontro da família com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Nessa segunda-feira (20), o governo estadual havia divulgado que o encontro aconteceria por volta das 11h e que os familiares da menina haviam sido contactados pelo gabinete.

Sobre a reunião, Lucinha disse que o governo estadual não entrou em contato com ela e que é "impossível" chegar ao Recife nesta terça, já que ela está em Sanharó. "É impossível eu estar em Recife hoje. Não tem como. A previsão de chegar em Recife é no dia 28 porque eu venho caminhando. Eu não ando de carro. E dizer que vai mandar um carro para me buscar é mentira porque nós não combinados nada", disse ela.

Lucinha e Romildo Santos, pai de Beatriz, estão em uma caminhada de Petrolina ao Recife desde o dia 5 de dezembro para cobrar justiça no caso. O trajeto de 720 km a pé busca chamar a atenção das pessoas para que o caso não continue impune.

"Isso [ir encontrar o governador de carro] seria uma falta de respeito com a minha luta. Eu estou caminhando desde Petrolina. Não entrei em nenhum carro de lá para cá. Não justificaria eu simplesmente entrar em um carro para encontrar com o governador em Recife. Isso é uma falta de respeito, uma falta de humanidade", afirmou Lucinha.

Veja o vídeo:

Relembre o caso Beatriz

A menina Beatriz Mota tinha 7 anos de idade quando foi morta com 42 facadas no dia 10 de dezembro de 2015, dentro de uma sala no colégio em que estudava, em Petrolina.

O assassinato aconteceu durante a festa de formatura da irmã da menina. Beatriz havia se afastado dos pais para beber água e não voltou mais. O corpo dela foi encontrado aproximadamente de 30 minutos depois.