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Anvisa confirma 3º surto de Candida auris no Brasil

Superfungo foi identificado no Hospital da Restauração, no Recife

Gabriela Luna
Gabriela Luna
Publicado em 13/01/2022 às 7:40
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BETO DLC/JC IMAGEM
Casos super fungos no Hospital da Restauração. - FOTO: BETO DLC/JC IMAGEM

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um alerta de risco sobre o terceiro surto de Candida auris (um fungo que pode causar infecções é resistente a medicamentos) no Brasil. O caso foi registrado no Hospital da Restauração (HR), no Recife, na última terça-feira (11). Ainda há mais dois casos suspeitos na capital pernambucana, que estão em investigação laboratorial.

A Anvisa destaca que a Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Ele pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal.

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A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) divulgou uma nota à imprensa para detalhar os casos do superfungo no Estado. De acordo com a pasta, são três pacientes, que não apresentaram sinais relacionados à infecção pela Candida auris, mas tiveram quadro sugestivo de colonização.

A diferença entre ambas as condições é que a colonização indica que o paciente está com o fungo, mas não apresenta infecção - e esta ocorre quando há presença de Candida auris na corrente sanguínea.

"Um exame de urina do homem de 38 anos levantou a suspeita do micro-organismo e, por isso, a amostra foi encaminhada para o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), que confirmou a presença do fungo na última segunda-feira (10). Outros dois casos estão em investigação", diz a nota.

Já um dos casos suspeitos é uma mulher de 70 anos, que foi assistida no HR no dia 24 de novembro e morreu no último dia 5. A hipótese levantada é que ela também estaria colonizada pelo fungo. O caso está em análise laboratorial.

O terceiro caso suspeito é de um homem de 46 anos, também admitido pela emergência de trauma do HR, no dia 13 de dezembro. Ele estaria colonizado pelo fungo, permanece em UTI e, segundo a SES, sem sintoma relacionado à infecção.

De acordo com o infectologista Filipe Prohaska, o maior problema relacionado ao fungo Candida auris é a multirresistência do agente a diversos medicamentos antifúngicos. "É um micro-organismo exclusivamente hospitalar", diz o médico.

Outro motivo de preocupação é que a Candida auris pode permanecer viável por meses no ambiente, e apresenta resistência a diversos desinfetantes.

A Anvisa assegura que, desde a identificação do caso suspeito, o hospital adotou ações para prevenção e controle do surto e estabeleceu as medidas de precaução.

Para o enfrentamento do surto de Candida auris no Recife, uma força-tarefa nacional foi acionada. Várias ações de vigilância, monitoramento, prevenção e controle foram intensificadas.

 

*Com informações do JC

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