Estudo afirma que substância retirada da maconha pode prevenir a Covid-19

Testes laboratoriais indicaram eficácia contra variantes alfa e beta
Gabriela Luna
Publicado em 14/01/2022 às 7:33
Uma nova rodada de sequenciamento para descobrir se há variante P.1 do novo coronavírus no Agreste Foto: Miva Filho/SES


Segundo estudo de laboratório publicado no Journal of Nature Products, dois compostos de cannabis podem ajudar a prevenir a Covid-19. Pesquisadores de duas universidades americanas do Oregon, concluíram que o ácido canabigerólico (CBGA) e o ácido canabidiólico (CBDA) podem impedir que o coronavírus penetre em células humanas.

Os dois ácidos são comumente encontrados em variedades do cânhamo. Por meio de uma técnica inovadora executada por pesquisadores da Universidade de Oregon (OSU), já foram realizados testes laboratoriais com as variantes alfa e beta do novo coronavírus, mas ainda não executaram estudos em humanos.

"Não são substâncias controladas como o THC, o ingrediente psicoativo da maconha, e têm um bom perfil de segurança em humanos. E nossa pesquisa mostrou que os compostos de cânhamo foram igualmente eficazes contra variantes do Sars-Cov-2, incluindo a alfa, que foi detectada inicialmente no Reino Unido, e a beta, detectada pela primeira vez na África do Sul." explica o principal autor do estudo Richard van Breemen, pesquisador do Centro Global de Inovação em Cânhamo da OSU.

Cientificamente conhecido com Cannabis sativa, o cânhamo é usado em todos os tipos de produtos, incluindo alimentos e cosméticos.

"Esses compostos, que podem ser tomados por via oral, têm um longo histórico de uso seguro em humanos", afirma Van Breemen.

Os autores da pesquisa acreditam ainda que, embora ela ainda esteja numa fase inicial, os ácidos canabinoides podem ser usados em medicamentos para prevenir, tratar ou até encurtar uma infecção pelo coronavírus.

Van Breemen enfatiza que o uso do compostos que bloqueiam a interação entre vírus e o receptor já se mostraram úteis em pacientes de outras infecções virais, como HIV-1 e hepatite.

 

*Com informações do G1

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