No último mês, Fernando Schaefer se tornou um dos 644 cidadãos em situação de rua, conforme o Cadastro Único da Fundação de Assistência Social, em Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul. Sem ter onde morar, o comerciante tem feito de casa uma barraca de acampamento improvisada em cima do seu ponto de venda de cachorro-quente.
O comerciante de 55 anos trabalha na esquina das avenidas Marechal Floriano e Vinte de Setembro, no centro da cidade, e conta que comandava um restaurante que faliu após o início da pandemia de Covid-19.
"Janeiro e fevereiro de 2020 foi excelente, e aí chega março e vem a pandemia. As economias que eu tinha, que eram um apartamento, uma caminhonete e tinha mais um apartamento financiado, com a vinda da pandemia, perdemos tudo", lamenta.
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Após um divórcio, Fernando teve que ir morar em uma pensão, mas uma infestação de baratas fez com que ele deixasse o lugar, que já tinha dificuldades de pagar. Segundo ele, a alimentação também costuma ser os próprios lanches da barraca, quando é possível.
A rotina de trabalho de Fernando é intensa. Por dia, consegue vender cerca de 20 cachorros-quentes, que variam de R$ 10 a R$ 12 cada. Ele sonha em poder qualificar o quiosque.
"Hoje, um quarto e um banheiro, um lugar para lavar roupa, está de bom tamanho. Daí pra frente, não preciso de dinheiro, só preciso de trabalho", afirma.
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