O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) decretou greve geral da categoria na última segunda-feira (14). O ato que deu início à suspensão das atividades foi realizado em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual no Recife, e contou com dezenas de policiais.
A categoria protesta contra a falta de valorização da categoria e por melhores salários. Em entrevista à TV Jornal, o presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti, explicou que o sindicato têm tentado, junto ao governo, condições melhores para os policiais.
"A greve tem início de forma imediatada em todo o Estado de Pernambuco. Nenhuma atividade da Polícia Civil será realizada. A gente vinha alertando isso, tanto à sociedade, quanto ao Governo do Estado. Fizemos tudo o que poderia ser feito para construir um caminho dialogado e dissemos que se essa greve saísse seria culpa do governo", contou Cavalcanti.
O presidente do sindicato disse ainda que o que foi oferecido pela Secretaria de Defesa Social foi bem abaixo do esperado. "Já sofremos com a falta de estrutura e de efetivo e, além disso, o que foi oferecido pelo governo sequer cobre a inflação do período. Completamos quatro anos sem reajuste e temos um dos piores salários do País. Diante disso, a categoria não aguentou mais", afirmou.
Na última quarta-feira (9), a Justiça havia determinado a intimação do Sinpol-PE para que os afiliados não realizassem paralisação das atividades, sob nenhuma hipótese, modalidade ou denominação, com a advertência de que o descumprimento da ordem acarretaria em multa. Na ocasião da determinação, o sindicato organizava uma paralisação para o dia seguinte, 10 de fevereiro.
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) disse que se reuniu com o presidente e diretores do Sinpol para apresentar a proposta de 20% de reajuste salarial para todas as categorias profissionais representadas pela entidade. No entanto, após a reunião, a SDS foi surpreendida com a decretação de greve.
"Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a cobrança de multa de R$ 300 mil ao Sinpol por dia em caso de paralisação de qualquer natureza. O Sinpol foi devidamente notificado dessa decisão na semana passada", diz o texto.
A SDS disse ainda que o diálogo e o esforço do Governo de Pernambuco resultaram em uma proposta que aliou avanços na remuneração para as categorias e a responsabilidade fiscal com as contas públicas. "A disposição para o diálogo será mantida, na busca de soluções que não penalizem a população e garantam a valorização profissional. A SDS não transigirá na adoção de todas as providências cabíveis no sentido de manter a prestação de serviços de segurança pública aos pernambucanos", finaliza a nota.
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