O julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível foi retomado na noite da última terça-feira (27).
Na ocasião, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se reuniu em sessão para avaliar a ação aberta a pedido do PDT, que acusa a chapa de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto nas eleições de 2022 de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão de uma reunião que fez com embaixadores estrangeiros, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada.
Na referida reunião, o ex-presidente teria difamado, sem provas, a eficácia do sistema eleitoral brasileiro, criticando as unas eletrônicas. Toda a reunião foi transmitida pela TV Brasil.
A sessão desta terça teve início com a apresentação do voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, que votou pela inelegibilidade de Bolsonaro pelos próximos oito anos, a partir das eleições de 2022.
Gonçalves, entretanto, votou pela absolvição de Braga Netto no caso, por entender que ele não participou da concepção do evento em questão.
O voto de Gonçalves tem cerca de 300 páginas, mas, em sessão, ele decidiu ler um resumo.
Veja abaixo os principais pontos do voto do relator.
Em seu voto, Gonçalves voltou a destacar a minuta golpista, encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Para o relator, o documento tem conexão com as declarações de Bolsonaro na reunião com os embaixadores.
O relator também destacou a importância e responsabilidade que recaí sobre o presidente da República, responsável por zelar pela livre atividade do Legislativo, do Executivo e do Judiciário.
Gonçalves disse ainda que Bolsonaro “violou ostensivamente deveres de presidente da República” ao antagonizar com o TSE e desacreditar a lisura do comportamento de seus ministros e “despejou mentiras atrozes” nos embaixadores sobre o sistema eleitoral.
O ministro rebateu pontos da defesa do ex-presidente, que tentou descaracterizar a natureza eleitoral da reunião. Também rejeitou a análise da reunião de forma pontual e isolada, reforçando que toda comunicação é pragmática, porque busca influenciar o meio.
Em outro momento durante o voto, Gonçalves destacou ainda a problemática do discurso violento e mentiroso do ex-presidente, afirmando ser impossível deixar a questão de lado durante o julgamento.
O ministro ainda detalhou os ataques, sem provas, que foram feitos por Bolsonaro durante a reunião:
Gonçalves completou alegando que "a divulgação de notícias falsas é, em tese, capaz de vulnerar bens jurídicos eleitorais de caráter difuso, desde que sejam efetivamente graves e assim se amolda ao conceito de abuso".
No texto do voto, o ministro também considerou a conduta de Bolsonaro como responsável por difundir "severa desordem informacional" sobre o sistema eletrônico de votação, em benefício da candidatura.
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