Em conferência com acionistas para apresentar o balanço financeiro do segundo trimestre, executivos da Netflix afirmaram que a funcionalidade de cobrança por compartilhamento de senhas foi lançada “de forma bem-sucedida” em mais de 100 países, o equivalente a 80% da base de usuários pagantes.
O faturamento da Netflix entre abril e junho chegou a US$ 8,2 bilhões, segundo o balanço divulgado na última quarta-feira (19/7). O lucro operacional foi de US$ 1,8 bilhão.
A empresa adicionou 5,9 milhões de assinantes, resultado que os executivos creditam, em partes, à linha dura com as senhas compartilhadas. A empresa afirma que foram adicionados mais de 1 milhão de pagantes em cada região de atuação.
No trimestre anterior, o saldo de assinantes havia sido muito menor, de 1,75 milhão; e no segundo trimestre de 2022, a empresa, inclusive, perdeu quase 1 milhão de pagantes.
Outra frente de receita incluída pela empresa no trimestre foi a venda de pacotes mais baratos, mas com anúncios. Esse segmento ainda deve aparecer mais fortemente em próximos balanços.
“Portanto, a maior parte do crescimento de nossa receita este ano vem do crescimento em volume por meio de novas assinaturas pagas e isso é amplamente impulsionado por nosso lançamento de compartilhamento pago”, disse o diretor financeiro da Netflix, Spencer Adam Neumann, em conferência na quarta-feira.
“É o nosso principal acelerador de receita no ano e esperamos que esse impacto […] se desenvolva ao longo de vários trimestres”, disse o executivo.
A Netflix começou a testar a proibição ao compartilhamento de senhas no começo do ano, mudança que chegou oficialmente ao Brasil em maio. Oficialmente, o uso da mesma conta por pessoas que moram em endereços diferentes passou a ter cobrança adicional. No entanto, usuários relatam que segue sendo possível acessar contas de lugares distintos.
Questionado por analistas sobre esse ponto, o co-CEO da Netflix, Gregory Peters, afirmou ainda que as restrições têm sido aplicadas “gradualmente” aos usuários e que os efeitos seguirão sendo vistos nos próximos trimestres. “Não é algo do dia para a noite”, disse, em conferência com investidores.
Peters diz que há usuários “emprestadores” de senhas que usam o serviço com frequência e esses grupos “têm mais probabilidade de mudarem para suas próprias contas muito em breve”.
Já usuários “menos engajados”, nas palavras do executivo, podem levar mais tempo a aparecerem no balanço da Netflix. “Vai nos tomar algum tempo a mais convencê-los a migrar com grandes histórias, grandes séries e filmes”, disse.
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