Na manhã de sexta-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) realizaram a execução de sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão dirigidos a membros e ex-membros da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Até aproximadamente as 9h30, cinco militares já se encontravam detidos.
A operação, denominada de "Incúria", deriva da denúncia formalizada nesta semana pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, sob a coordenação do subprocurador Carlos Frederico Santos, e apresentada ao Supremo Tribunal Federal.
Conforme as alegações da PGR, a cúpula da PM foi negligente ao não intervir para conter os atos de vandalismo nas instalações dos Três Poderes, devido a uma possível afinidade ideológica com os manifestantes envolvidos em ações de natureza golpista.
A Polícia Militar informou que está acompanhando o caso por meio da Corregedoria.
Todos os indivíduos estão sob acusação de diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, danos qualificados, degradação de patrimônio protegido e violações à Lei Orgânica e ao Regimento Interno da Polícia Militar. Notavelmente, Naime e Flávio Silvestre já se encontram em prisão.
Em declaração ao G1, a defesa do coronel Naime expressou surpresa em relação à operação. O advogado Gustavo Mascarenhas declarou: "O Naime é inocente e vamos comprovar isso". A reportagem busca contato com os demais indivíduos mencionados.
Durante um período de sete meses de investigação, a PGR revelou que os membros da Polícia Militar (PM) começaram a compartilhar mensagens com teor golpista e a disseminar informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.
Ademais, foi constatado que a PM do Distrito Federal estava monitorando as atividades no acampamento associado ao movimento golpista, situado nas proximidades do Quartel General do Exército em Brasília.
Os procuradores obtiveram evidências de que a cúpula da PM inseriu agentes de inteligência no meio desses manifestantes para coletar informações.
Além disso, acreditam que a alta cúpula estava plenamente consciente da dimensão e gravidade dos eventos que estavam sendo planejados para o dia 8 de janeiro.
Os registros e as conversas obtidos pela PGR contradizem a versão apresentada pelos membros da liderança da PM do Distrito Federal, que alegavam que o sistema de inteligência local falhou ao não alertar a corporação sobre o risco de invasão das instalações dos Três Poderes.
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