Na terça-feira (29), o governo de Lula forneceu aos parlamentares um relatório detalhado sobre a utilização de fundos federais para atender aos aliados, apresentando uma análise minuciosa de como o Poder Executivo tem empregado o Orçamento para conquistar apoio no Congresso.
Diferentemente das emendas parlamentares tradicionais, esses recursos são direcionados de maneira desigual, sem a devida transparência em relação aos responsáveis pelas indicações, algo semelhante ao que ocorria com as emendas de relator sob a gestão de Jair Bolsonaro, conhecidas como "orçamento secreto".
O documento obtido pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, contém informações detalhadas, inclusive sobre como as emendas de relator permanecem sendo honradas no âmbito desse governo, embora sob novos auspícios.
O governo comunica ter recebido cerca de R$ 2,043 bilhões em novos pedidos de aliados na Câmara referentes a esse tipo de emenda, dos quais R$ 1 bilhão já foi desembolsado.
Esse relatório foi entregue aos vice-líderes parlamentares, a fim de que possam utilizar as informações para mitigar a pressão dos partidos da base aliada, visto que alguns deputados expressaram insatisfação em relação à morosidade das liberações.
De acordo com o relatório, o montante total destinado a emendas parlamentares pagas em 2023 é de R$ 13,49 bilhões, englobando inclusive remanescentes do "orçamento secreto".
A entrega desse documento aos parlamentares foi conduzida por Valmir Prascidelli, secretário especial de assuntos parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).