Neste sábado (16) completa um ano da morte de Mahsa Amini, jovem iraniana de 22 anos que foi presa após usar o véu mostrando parte do cabelo. Após a série de manifestações no Irã, cada vez mais jovens param de usar o lenço, que continua obrigatório no país.
Ao mesmo tempo que o desrespeito no uso do véu aumentou, também foi fortalecida a repressão sobre a falta do uso da vestimenta no Irã.
Após morte de Mahsa Amini, mais iranianas desrespeitam regra sobre véu obrigatório
Depois da série de manifestações envolvendo a morte de Mahsa Amini após ser presa por usar o véu obrigatório de maneira incorreta, cada vez mais pessoas deixam de usar a vestimenta nas ruas.
Segundo informações apresentadas no G1, o desrespeito à regra do uso do véu ainda é uma situação complicada, já que a obrigatoriedade continua a existir. Em conversa para Rádio França Internacional, a engenheira de 40 anos Tanze relatou que sempre mantém o lenço na bolsa, para quando precisar.
Hasti, decoradora iraniana de 40 anos indica que a sociedade iraniana está mudando e que as regras de vestimenta das mulheres estão sendo mais transgredidas por elas. "As mulheres agora estão mais ousadas[...] algumas usam o véu em volta do pescoço, outras nem usam véu".
Na lei do Irã, mulheres precisam ficar com os cabelos cobertos e não podem usar roupas curtas, acima dos joelhos. Calças apertadas e jeans rasgados também são proibidos na legislação iraniana.
Entenda caso de Mahsa Amini
Em setembro de 2022, Mahsa Amini foi detida em Teerã, Irã, acusada de "usar roupa inapropriada" durante uma viagem com a família. O motivo foi que seu véu não cobria totalmente seus cabelos.
Três dias após sua detenção, Amini foi levada para o hospital com diversos ferimentos na cabeça, morrendo logo depois de sua chegada. A morte da jovem de 22 anos por conta de um véu mal colocado gerou manifestações no Irã e no exterior, por conta das rígidas regras de vestimenta para mulheres.