POLÍTICA

Lula revela motivo e pautas que pretende debater em reunião com Zelenski

Presidente revelou que pedido de encontro foi feito pelo líder ucraniano

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Vitória Floro

Publicado em 20/09/2023 às 9:46 | Atualizado em 20/09/2023 às 15:19
Entre os jovens de 16 a 24 anos, 43% consideram o governo Lula regular
Entre os jovens de 16 a 24 anos, 43% consideram o governo Lula regular - Ricardo Stuckert/PR

Na tarde da última terça-feira (19), o presidente Lula anunciou que terá uma conversa o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, nesta quarta-feira (20), para discutir "os problemas que ele quer conversar comigo".

Indagado pelos jornalistas sobre as expectativas para o encontro, o líder do Partido dos Trabalhadores respondeu que se trata de uma conversa entre "dois presidentes de países, cada um com seus problemas e visões".

Segundo informações obtidas pela Folha de S. Paulo, Lula pretende manter na reunião a proposta que tem defendido, a criação de um "clube da paz", um grupo composto por cinco nações sem interesses diretos no conflito entre Rússia e Ucrânia, com o objetivo de mediar uma solução pacífica.

Lula falou brevemente com os jornalistas após um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese, em Nova York (EUA). O presidente está na cidade para participar da Assembleia-Geral da ONU e teve a oportunidade de se encontrar com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

O pedido de uma reunião bilateral partiu de Zelenski. O Brasil concordou com a solicitação e ofereceu dois horários. A reunião está agendada para ocorrer por volta das 17h (horário de Brasília) no hotel onde o presidente brasileiro está hospedado.

Este encontro acontece após um episódio controverso durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio, em que ambos os líderes estavam presentes como convidados. O governo brasileiro alegou ter oferecido três horários a Zelenski naquela ocasião, mas ele "simplesmente não compareceu". 

Entretanto, em uma entrevista em Kiev à Folha e outros veículos de imprensa da América Latina, o presidente ucraniano apresentou uma versão diferente, afirmando que a culpa pelo ocorrido não havia sido de sua equipe.

Durante a conversa, Zelenski também alfinetou Lula por falta de apoio à criação de um tribunal especial internacional para julgar crimes de agressão na guerra e ironizou o líder brasileiro, dizendo que ele quer ser "original" em suas propostas.

Além disso, Lula destacou a reunião com o presidente americano Joe Biden, que ocorre antes da reunião bilateral com Zelenski nesta quarta-feira.

Lula enfatizou que é a primeira vez na história do Brasil, em mais de 500 anos, que um presidente brasileiro se senta com um presidente dos Estados Unidos em igualdade de condições para discutir um problema crônico.

A agenda da reunião entre os dois líderes é focada no "trabalho digno no século 21". Após a reunião, os dois presidentes apresentarão uma iniciativa conjunta entre o Brasil e os Estados Unidos. Lula expressou a esperança de que essa iniciativa ofereça uma alternativa à sociedade, especialmente à juventude.

Quando questionado se gostou de seu discurso na manhã de terça-feira, o presidente respondeu: "Gostei, fui eu quem o fez".

Encontros diplomáticos 

Além das reuniões com Biden e Zelenski, Lula também tem encontros programados com o presidente da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.

Originalmente, estava previsto que Lula deixaria os Estados Unidos na manhã de quinta-feira, mas seu retorno foi antecipado.

Durante seu discurso na terça-feira, Lula abordou questões que já fazem parte de seus discursos usuais, como o combate à desigualdade e à fome. No entanto, ele foi mais incisivo em suas críticas ao sistema internacional e instou outros países a agirem.

Ele apontou o Fundo Monetário Internacional (FMI) como alvo de suas críticas, destacando que a instituição emprestou US$ 160 bilhões a países europeus no ano passado e apenas US$ 34 bilhões para nações africanas. Lula também criticou a representação desigual do FMI e do Banco Mundial, em que países que contribuem com mais recursos têm maior peso de voto, o que ele considera "inaceitável".

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