internacional

Irã: polícia da moralidade é acusada de espancar jovem de 16 anos sem véu obrigatório

Grupo dos direitos humanos no Irã relata que jovem de 16 anos foi espancada pela polícia da moralidade após não usar o véu obrigatório, organização relata que adolescente está em coma

Imagem do autor
Cadastrado por

Cynara Maíra

Publicado em 06/10/2023 às 6:48 | Atualizado em 06/10/2023 às 8:26
Notícia
X

De acordo com um grupo iraniano que luta pelos direitos humanos, uma jovem de 16 anos foi espancada no último domingo (1º) em uma estação de metrô da capital do Irã, Teerã. As informações repassadas pela organização indicam que a adolescente Armita Geravand está em coma

O grupo pelos direitos humanos responsabiliza as Gasht-e Ershad, chamadas de polícias da moralidade, pela agressão à jovem.

Espancamento seria por falta do véu obrigatório no Irã

O motivo para o possível espancamento de Armita Geravand por parte das "patrulhas de orientação" sobre o código de vestimenta seria a falta do uso do hijab, o véu muçulmano feminino. Também foi apresentado que a mãe da jovem fora presa. Sobre o caso de Armita Geravand, as autoridades do Irã negam que houve agressão contra a jovem

Em 2022, a jovem de 22 anos Mahsa Amini morreu sob custódia da polícia da moralidade após ser presa por usar o véu de maneira incorreta e usar roupas consideradas inapropriadas. A morte de Amini gerou uma onda de protestos no Irã, com milhares de pessoas sendo presas ou indiciadas após tirarem e queimarem véus em manifestações públicas. 

A movimentação popular fez com que em dezembro de 2022, cerca de três meses depois da morte da jovem, o Governo do Irã suspendesse a atuação da polícia da moralidade e prometesse uma revisão da lei de obrigatoriedade do véu, porém, em julho de 2023 as atividades da polícia foram retomadas. 

A revisão da lei sobre o código de vestimenta foi revisto, mas aumentou as penas para mulheres que descumprirem as regras sobre uso do véu e de vestimentas "apropriadas". Segundo o portal Uol, foram instaladas câmeras de segurança para monitorar e rastrear mulheres que descumprirem o código de vestimenta.

Enquanto as autoridades relatam que Mahsa Amini morreu por problemas de saúde, a família da jovem declara que seu falecimento ocorreu após um espancamento. 

Nesta sexta-feira (06), foi anunciado que o Nobel da Paz foi para ativista iraniana Narges Mohammadi que luta pelos direitos das mulheres do país. A ativista se encontra presa no Irã.

Tags

Autor