Justiça não libera recurso de auxiliares do hacker Walter Delgatti
Os hackers que auxiliaram Delgatti a roubar dados de autoridades como Sergio Moro foram condenados a penas de 18 e 13 anos de prisão

Indivíduos acusados de auxiliar o hacker Walter Delgatti Neto em atividades criminosas tiveram seus recursos negados pela Justiça. Delgatti, após decisão do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, foi condenado a 20 anos e 1 mês de prisão, além de 736 dias-multa. Agora, aqueles que colaboraram com o hacker viram seus embargos de declaração serem rejeitados.
A condenação de Delgatti se deve ao seu envolvimento na invasão do conteúdo digital de autoridades brasileiras, incluindo o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da extinta força-tarefa da Operação Lava Jato.
Gustavo Henrique Elias Santos e Thiago Eliezer, que ajudaram Delgatti, foram sentenciados a 13 anos e 9 meses de prisão, e 18 anos e 11 meses de prisão, respectivamente. Ambos recorreram à Justiça alegando o não cumprimento do acordo de delação premiada, mas suas solicitações foram indeferidas, sem revisão.
Relembre o caso
Delgatti foi detido preventivamente durante a Operação Spoofing, que ocorreu em julho de 2019 e resultou na prisão de seis hackers suspeitos de invadir dispositivos móveis e divulgar mensagens trocadas entre membros do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná e o ex-juiz Sergio Moro, que na época ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os demais réus que foram condenados incluem Gustavo Henrique Elias Santos, com pena de 13 anos e 9 meses de reclusão e 520 dias-multa, e Thiago Eliezer Martins Santos, com pena de 18 anos e 11 meses de reclusão e 547 dias-multa.
Além disso, Suelen Priscila De Oliveira foi condenada a 6 anos de reclusão e 20 dias-multa, enquanto Danilo Cristiano Marques recebeu uma sentença de 10 anos e 5 meses de reclusão e 100 dias-multa. Luiz Henrique Molição também foi condenado pelo juiz, mas teve sua pena perdoada devido à colaboração premiada.
Durante um depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigava os eventos de 8 de janeiro, Delgatti alegou que o ex-presidente Bolsonaro teria sido o mandante de uma tentativa de grampo no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ele também afirmou que a deputada federal Carla Zambelli teria articulado a conversa sobre o grampo no ministro.
O ex-presidente Bolsonaro respondeu a essas alegações chamando-as de "fantasia" e negando qualquer envolvimento. Ele afirmou que as acusações eram infundadas.
Delgatti também revelou na CPMI que as senhas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) eram de fácil acesso.
Hacker Walter Delgatti fala a CPMI do 8 de Janeiro