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Mudanças no Novo Ensino Médio podem ser votados nesta terça (19); veja alterações propostas

Governo Lula preparou projeto em parceria com organizações educacionais e estudantis, mas Câmara dos Deputados preferiu elaborar material próprio em um meio termo. Votação pode ocorrer nesta terça (19)

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Cynara Maíra

Publicado em 19/12/2023 às 7:43
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A Câmara dos Deputados pode começar nesta terça-feira (19) a votação do projeto de lei que propõe alterações no Novo Ensino Médio. O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que foi ministro da Educação durante o desenvolvimento da reforma, é o relator do projeto em análise.

Novo Ensino Médio tem recebido críticas desde implementação

Os problemas relacionados ao Novo Ensino Médio que serão discutidos na votação desta terça visam modificar o sistema implementado pelo governo de Michel Temer (MDB). O intuito original desse sistema era proporcionar um ensino mais flexível, permitindo aos alunos a escolha de disciplinas básicas e áreas de aprofundamento.

Apesar da proposta de oferecer um ensino completo e flexível, o Novo Ensino Médio tem enfrentado críticas desde sua implementação em 2022. As principais críticas incluem a redução do tempo dedicado a disciplinas obrigatórias e tradicionais, além de queixas sobre a falta de utilidade e conexão das disciplinas eletivas com o currículo escolar. Algumas escolas também enfrentam a dificuldade de oferecer opções suficientes de itinerários.

Diante dessas questões, o governo Lula apresentou um projeto de lei buscando restabelecer o papel predominante das disciplinas tradicionais na carga horária. O texto foi posteriormente adaptado pelos deputados, com Mendonça atuando como relator.

REVOGAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO: terão MUDANÇAS? Entenda

Novo Ensino Médio: veja pontos que podem ser mudados na votação desta terça (19)

A possível revogação do Novo Ensino Médio e as mudanças propostas pelo relatório de Mendonça refletem um meio termo entre a versão atual do sistema e a proposta apresentada pelo governo Lula.

O relator, que atuou na criação da reforma, argumenta que diversos problemas associados à reforma foram originados por falhas na coordenação do Ministério da Educação (MEC) durante o governo Bolsonaro (PL) e pelas dificuldades decorrentes da pandemia.

As principais alterações propostas por Mendonça incluem ajustes nas porcentagens de carga horária obrigatória e eletiva, bem como a reintrodução de uma ênfase na formação técnica. A votação sobre o Novo Ensino Médio foi designada como urgente na última quarta-feira (13), eliminando a necessidade de passar pelas comissões da Casa e permitindo sua votação nesta terça.

Esta é a última semana de atividade parlamentar antes do recesso, que se inicia neste sábado (23) e o Congresso Nacional retorna somente em fevereiro. A semana será marcada por diversas votações, incluindo a possível deliberação sobre a taxação de apostas esportivas nesta terça.

O Governo Lula, embora desejasse adiar a votação da reforma no Novo Ensino Médio devido às objeções apresentadas no relatório de Mendonça, foi vencido na Câmara com a aprovação da medida de urgência.

Confira a tabela com os principais pontos de cada proposta sobre o Novo Ensino Médio: 

Como funciona atualmente Proposta do governo Lula Relatório de Mendonça
60% de carga horária obrigatória (1800 horas de 3000 horas) 80% da carga horária obrigatória (2400 horas de 3000 horas) 70% da carga horária obrigatória (2100 horas de 3000 horas)
40% carga horária eletiva (1200 horas de 3000 horas) 20% da carga horária eletiva (600 horas de 3000 horas) 30% da carga horária eletiva (900 horas de 3000 horas)
Formação técnica é um dos itinerários possíveis
200 horas da carga horária obrigatória (8% do total) para conteúdos de formação técnica 300 horas da carga obrigatória (14% das 2100 horas) com conteúdos de formação técnica

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