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CPI Padre Júlio Lancellotti: padre deve ser alvo de investigação na Câmara de SP

Padre Júlio Lancellotti deve ser alvo de CPI que investiga suas atuações de ajuda a moradores da Cracolândia. Enquanto vereador indica que existe uma "máfia da miséria", Oposição afirma que instauração é perseguição

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Cynara Maíra

Publicado em 04/01/2024 às 7:52
Padre Júlio Lancellotti deve ser alvo de CPI que investiga suas atuações de ajuda a moradores da Cracolândia. Enquanto vereador indica que existe uma "máfia da miséria", Oposição afirma que instauração é perseguição - Rovena Rosa/Agência Brasil

A iniciativa da Câmara dos Vereadores de São Paulo está gerando controvérsias e divisões na opinião pública. O motivo reside nas tentativas das bancadas partidárias de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que operam na região da Cracolândia, com especial destaque para as atividades do Padre Júlio Lancellotti.

O projeto, apresentado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), foca sua fiscalização nas ações de assistência e redução de danos realizadas pelo Padre Júlio Lancellotti em relação aos dependentes na Cracolândia.

A Oposição na Câmara se posiciona contrariamente ao projeto, alegando que há uma perseguição ao padre, notório pela maior aproximação de políticos da esquerda com suas atuações, incluindo o ex-presidente Lula (PT), que já encontrou com o padre Júlio Lancellotti.

PADRE JÚLIO LANCELLOTTI É ALVO DE CPI EM SP

A possível investigação do Padre Júlio Lancellotti na CPI, cujo requerimento foi enviado em 6 de dezembro, poderá ser instaurada após o recesso parlamentar, que se encerra em fevereiro. O relator da proposta, Rubinho Nunes, afirmou em suas redes sociais que o padre e outras organizações estariam "lucrando politicamente com o caos instaurado na Cracolândia."

Rubinho ainda declarou que pretende "investigar toda essa máfia da miséria que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas". O requerimento conseguiu assinaturas de 24 vereadores, mas necessita do apoio de todos os 55 políticos da Câmara para ser acelerado e priorizado diante de outras propostas de comissão.

Além do Padre Júlio Lancellotti, a CPI também visa investigar o movimento A Craco Resiste, contra a violência policial na Cracolândia, e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, uma entidade filantrópica católica anteriormente vinculada ao padre Júlio.

Em nota, o movimento A Craco Resiste esclareceu que não é uma ONG, mas um projeto de militância "contra a opressão junto com as pessoas desprotegidas socialmente da região da Cracolândia."

CPI PADRE JÚLIO LANCELLOTTI: OPOSIÇÃO NEGA APOIO À INSTAURAÇÃO DE COMISSÃO

A Oposição, composta por PSOL, PSB e PT, indica que a CPI seria uma tentativa de "perseguição injustificada para atrair votos" nas eleições municipais. Vereadores da Oposição afirmam que não concordarão com a instauração da Comissão contra o padre Júlio Lancellotti e as ONGs na Cracolândia.

 

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O vereador Senival Moura (PT) declarou que "O PT é contra e vai obstruir e fazer o que for para barrar essa ideia equivocada." Há indicações de que o partido solicitará o posicionamento do presidente Lula em apoio ao Padre Júlio Lancellotti e em contrariedade à instalação da CPI.

Em resposta à toda situação, o padre Júlio Lancellotti nega ser dono de uma ONG, afirmando que suas ações na Cracolândia ocorrem por meio da Pastoral de Rua, uma iniciativa da Arquidiocese de São Paulo, sem financiamento público.

A Arquidiocese também se pronunciou expressa perplexidade com a situação e destaca a importância do trabalho realizado pelo padre Júlio Lancellotti. 

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