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Abin paralela: Lula demite delegado ex-Abin e deve exonerar diretor-adjunto após operação de espionagem

Lula demite delegado ex-funcionário da Abin de Ramagem após investigações da PF e deve exonerar diretor-adjunto da agência por suspeitas de proteção a envolvidos.

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Cynara Maíra

Publicado em 27/01/2024 às 10:31 | Atualizado em 27/01/2024 às 10:32
Lula demite delegado ex-funcionário da Abin de Ramagem após investigações da PF e deve exonerar diretor-adjunto da agência por suspeitas de proteção a envolvidos. - TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

O governo do presidente Lula (PT) decidiu exonerar nesta sexta-feira (26)o delegado da Polícia Federal Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho.

A medida foi adotada em decorrência das investigações que apontavam a possível participação do delegado em um esquema chamado de "Abin paralela". Essa seria uma ala da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responsável por monitorar ilegalmente indivíduos do interesse do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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A exoneração está diretamente ligada aos esforços da administração de Lula em lidar com a desconfiança em relação à atuação da Abin.

Carlos Afonso, que anteriormente ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Abin durante a gestão do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), também está sob investigação no contexto do esquema de espionagem ilícita dentro da agência.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em seu relatório, aponta que Alexandre Ramagem e Carlos Afonso "especificamente" interferiram nas apurações disciplinares relacionadas aos investigados, buscando ocultar o uso instrumental da Abin para fins políticos.

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De acordo com as conclusões da investigação da Polícia Federal, constata-se que os gestores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tomaram a decisão de anular um processo disciplinar administrativo relacionado à espionagem ilegal.

Essa medida tinha como objetivo evitar a descoberta do uso indevido do software de monitoramento First Mile, ao mesmo tempo em que buscavam assegurar que a utilização do sistema fosse considerada regular.

A Polícia Federal também evidencia que a Abin transformou-se em um instrumento do governo Jair Bolsonaro para monitorar autoridades, pessoas envolvidas em investigações e até mesmo adversários políticos do presidente. Nesse contexto, o First Mile era utilizado como ferramenta, permitindo a utilização do GPS de dispositivos para rastrear as movimentações dos alvos.

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De acordo com o blog da Natuza Nery no G1, além da exoneração de Carlos Afonso, há expectativa de que o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, também seja exonerado em breve. Isso ocorre após a operação da PF identificar membros da atual gestão da agência agindo para dificultar as investigações e suspeitas de cumplicidade com o ex-diretor Alexandre Ramagem.

Divergências no governo Lula surgem em relação às mudanças na Abin. Enquanto alguns ministros defendem a exoneração do diretor Luiz Fernando Corrêa, alegando a necessidade de uma reformulação completa no sistema de inteligência do governo, outro grupo liderado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, pede cautela e sugere modificações após uma compreensão mais aprofundada dos resultados da investigação da PF. Desde que a Abin foi inserida na Casa Civil, Rui Costa tem se aproximado de Fernando Corrêa.

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