Moraes desiste e deixa cassação de Jorge Seif para Cármen Lúcia
Com foco em diminuir tensão, Moraes recua e deixa para Cármen Lúcia o julgamento de Jorge Seif no TSE
De saída da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes confidenciou para aliados que desistiu de encerrar em seu mandato no Tribunal o julgamento que poderia cassar o mandato do senador Jorge Seif (PL-SC).
Com o final de seu mandato para o dia 3 de junho, Moraes deixará para nova ministra do TSE, Cármen Lúcia, a função de finalizar o caso contra o senador bolsonarista.
MORAES EVITA CONFLITO
Segundo a coluna de Malu Gaspar, no Globo, desde as tensões com Elon Musk, Moraes tem tentado se afastar de processos vinculados a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para diminuir a tensão entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado.
A absolvição do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por unanimidade e de tramitação rápida foi considerado um sinal desse movimento de Moraes.
Sobre especificamente o caso de Jorge Seif, o adiamento do julgamento ocorre tanto pelo afastamento de casos sobre Bolsonaro quanto pela articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além desse ponto, a indecisão do ministro relator Floriano Azevedo Marques também motivou Alexandre de Moraes a deixar o caso para Cármen Lúcia, já que Floriano tomou três decisões distintas em momentos diferentes do caso, o que gerou confusão.
Entre um voto que condenava o senador e outro que o absolvia, Floriano apresentou um terceiro voto, que pedia a obtenção de novas provas, suspendo o caso. O relator pediu informações que nem a acusação solicitou.
O posicionamento seria para despistar a atenção do público sobre as mudanças nos direcionamentos do TSE e tornar insustentável que a votação sobre o caso de Seif fosse possível ainda no mandato de Alexandre de Moraes na Corte Eleitoral.
ACUSAÇÃO CONTRA SEIF
A acusação contra Seif investiga a possibilidade de envolvimento do empresário Luciano Hang como cabo eleitoral do senador. Supostamente, Hang teria emprestado seus funcionários e a frota aérea de sua empresa durante as eleições.