STF retoma sessões nesta quinta-feira após recesso

O Supremo Tribunal Federal retorna com foco em questões de importação, privatização, marco temporal das Terras Indígenas e internet

Publicado em 01/08/2024 às 10:02 | Atualizado em 01/08/2024 às 10:08

Com o fim do recesso judicial, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma suas atividades nesta quinta-feira, 1º de agosto, com foco em questões orçamentárias e fiscais.

O plenário dará início à discussão sobre a Emenda Constitucional dos Auxílios Sociais (EC 123/2022), também conhecida como PEC Kamikaze.

Esta emenda, aprovada pelo Congresso, estabeleceu um estado de emergência para permitir isenções fiscais e o aumento de programas de transferência de renda durante o ano eleitoral.

O partido Novo questiona a constitucionalidade da emenda, alegando que ela resultou em um aumento de gastos federais superior a R$ 41 bilhões, sem a devida contabilização.

Impostos sobre Importações e Orçamento Secreto

Outra pauta importante é a discussão sobre o orçamento secreto.

O STF realizará uma audiência de conciliação para abordar as práticas relacionadas às emendas parlamentares do tipo RP9.

Embora o Supremo tenha declarado essas emendas inconstitucionais em dezembro de 2022, práticas alternativas, como as Emendas PIX, foram identificadas como possíveis dribles à decisão.

O ministro Flávio Dino conduzirá as negociações para garantir que práticas semelhantes sejam definitivamente afastadas.

Privatização da Eletrobras

O STF também tratará da privatização da Eletrobras.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva questiona uma lei que limita o poder de voto da União no Conselho de Administração da empresa, após sua privatização em junho de 2022.

O ministro Nunes Marques estabeleceu um prazo até o início de agosto para uma conciliação, que pode incluir a ampliação do Conselho para acomodar mais membros indicados pela União.

Marco Temporal das Terras Indígenas

Na próxima segunda-feira, 5, o ministro Gilmar Mendes convocará uma audiência de conciliação sobre o marco temporal das terras indígenas.

Este conceito, que limita a demarcação de terras aos locais ocupados até 5 de outubro de 1988, foi declarado inconstitucional pelo STF em setembro do ano passado.

No entanto, o Congresso aprovou uma lei para legalizar a tese, e uma série de reuniões foi realizadas até 18 de dezembro para buscar uma resolução.

Marco Civil da Internet

Por fim, o STF pode retomar o julgamento sobre o Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata da responsabilidade das empresas provedoras de conteúdo online.

O julgamento, inicialmente previsto para maio de 2023, foi adiado e ainda não foi reprogramado. A questão é relevante em meio às crescentes preocupações sobre desinformação nas redes sociais.

O STF enfrenta uma agenda carregada de temas complexos e de grande impacto, refletindo a importância e a urgência das questões jurídicas e fiscais atuais.

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