Babá morta era ameaçada e explorada sexualmente pela patroa

A patroa Kamila utilizava a casa onde morava com a babá Geovana como ponto de prostituição, obrigando a jovem a participar de programas sexuais

Publicado em 29/08/2024 às 14:43

Geovana Costa Martins, uma babá de 20 anos, encontrada morta em Manaus, foi ameaçada e explorada sexualmente por sua patroa, Kamila Barroso, de acordo com a polícia.

As autoridades também revelaram que Kamila mantinha a jovem em cárcere privado na residência onde ambas moravam.

Geovana foi reportada como desaparecida em 19 de agosto. Seu corpo foi localizado no bairro Tarumã, na Zona Oeste da capital, em 20 de agosto, mas só foi identificado pela família no domingo (25). Kamila Barroso foi presa na noite de quarta-feira (28).

Em uma entrevista coletiva realizada na manhã de quinta-feira (29), a delegada Marília Campello, que lidera as investigações, revelou que Kamila utilizava a casa onde morava com Geovana como ponto de prostituição, obrigando a jovem a participar de programas sexuais.

"Ela foi aliciada por uma vida de balada e bebida, mas depois Kamila passou a obrigá-la a ficar lá. Não deixava mais a moça sair, embora ela quisesse, e era explorada sexualmente", explicou Marília Campello, coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF) da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Durante as investigações, a polícia também descobriu que outras meninas eram exploradas sexualmente no local, mas apenas Geovana residia na casa permanentemente.

A delegada também relatou que Kamila não apenas mantinha Geovana em cárcere privado, mas a isolava de qualquer contato com outras pessoas, incluindo seu ex-namorado, ameaçando-a caso tentasse sair.

Kamila intimidava a jovem, alegando ser ex-esposa de Mano Kaio, um líder do tráfico de drogas no Amazonas, atualmente foragido no Rio de Janeiro.

"Ela dizia que ia chamar o pessoal do tráfico para quebrar a perna, dizia que ia fazer acontecer", ressaltou a delegada.

As investigações também indicaram o envolvimento de outro indivíduo, Eduardo Gomes da Silva, no homicídio de Geovana, que agora está sendo procurado pela Polícia Civil do Amazonas.

Kamila Barroso foi presa em Manaus na quarta-feira (28). Segundo a polícia, ela havia deixado a casa onde morava com Geovana e tinha passagem comprada para a França, onde seus familiares residem.

"Nós não temos dúvida alguma de que ela tenha participado do crime", afirmou Marília Campello.

A delegada também revelou que Geovana havia emitido um passaporte em junho deste ano, e a polícia está investigando se esse fato está relacionado à sua morte.

A motivação do crime ainda não foi esclarecida, mas a causa da morte foi determinada como traumatismo craniano. Quando o corpo de Geovana foi identificado pela família, já apresentava sinais de espancamento no rosto.

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