O podcast 'A Mulher da Casa Abandonada' tem feito sucesso entre os ouvintes por retratar a história de Margarida Bonetti, uma mulher que fugiu do FBI, nos Estados Unidos, e se 'esconde' no Brasil há mais de 20 anos.
Margarida e seu ex-marido, Renê Bonetti, eram investigados de um dos crimes mais hediondos que se possa imaginar: manter uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão.
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Porém, ao contrário do que se pensa, Margarida nunca esteve "escondida". O paradeiro da brasileira era de conhecimento público, mas o Brasil e Estados Unidos não possuem acordo de extradição dos seus cidadãos.
O crime do qual os Bonetti foram investigados também não era nenhum segredo. Na época dos fatos, diversas reportagens deram conta tanto da fuga de Margarida, que mora na casa 'abandona' desde que voltou ao Brasil, quanto da condenação de Renê Bonetti nos Estados Unidos.
Apesar de repercussão na imprensa do caso, ele acabou sendo esquecido pela maioria da população. Moradores da região de Higienópolis, onde está localizada a casa, afirmam que muitos sabiam sobre o crime do qual Margarida foi investigada e seu marido condenado, apesar de serem tratados como 'boatos de vizinhança' pelos mais jovens.
A repercussão do podcast do jornalista Chico Felitti recuperou a memória do caso. Já é possível encontrar em arquivo reportagens que foram exibidas sobre o caso, inclusive uma muito peculiar sobre a fuga de Margarida para o Brasil, onde uma amiga diz que a mulher sempre foi violenta com os empregados.
Amiga de Margarida Bonetti , a 'mulher da casa abandonada', fala sobre a relação dela com os empregados
Em entrevista à TV Globo, uma amiga que pediu para não ter a identidade revelada descreveu Margarida Bonetti como uma mulher violenta, que desprezava empregados.
"Era comum. Ela é uma pessoa um pouco violenta e sempre tratou empregados com desprezo", disse a amiga de Margarida.
"Ela dizia que as pessoas tinham 'espírito de escravo' e por isso que os maltratava", detalhou a mulher, na entrevista que foi ao ar no Jornal da Globo em 2001, quando Margarida fugiu para o Brasil.