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Ministério Público de Contas pede suspensão de shows de Gusttavo Lima e Wesley Safadão com cachês de R$ 1,7 milhão

Os dois artistas vêm enfrentando problemas na Justiça e no Ministério Público pelos valores dos cachês com prefeituras de interior.

Gabriela Luna
Gabriela Luna
Publicado em 26/08/2022 às 11:27 | Atualizado em 26/08/2022 às 11:29
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“É tempo de Carnaval, mas a gente já tá pensando no São João", disse a Prefeita de Caruaru - FOTO: Foto: Reprodução/Instagram

A procuradora de Contas do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO-PE), Germana Laureano, pediu a suspensão dos shows de Gusttavo Lima e Wesley Safadão, programados para acontecer na Festa de Setembro, em Serra Talhada

Os dois artistas vêm passando por polêmicas nacionais na Justiça e no Ministério Público, pelos valores dos cachês com prefeituras de interior.

O show do cantor Gusttavo Lima em Serra Talhada irá custar R$ 1 milhão. Já Wesley Safadão receberá R$ 700 mil pela apresentação na mesma festa, prevista para os próximos dias 4 a 7 de setembro. Somados, os cachês dos artistas seriam de R$ 1,7 milhão. Os valores foram divulgados no Diário Oficial do Estado.

O MPCO requisitou à Prefeitura de Serra Talhada a cópia dos processos de inexigibilidade de licitação para a contratação de cantores da "Festa Setembro 2022". A procuradora Germana Laureano quer avaliar as "justificativas para as contratações, instrumentos contratuais, termos aditivos, notas de empenho e ordens de pagamento".

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“A nossa solicitação de suspensão dos dois shows considera a situação objetiva das finanças municipais, cujo retrato previdenciário, financeiro e educacional demonstra, de um lado, ausência de pagamento de dívida previdenciária, o comprometimento da capacidade de o tesouro honrar compromissos já assumidos, bem como a necessidade de alocar recursos na infraestrutura da relevante política pública educacional, dada a existência de unidades e veículos escolares sucateados, a ponto de uma escola da zona rural não dispor sequer de banheiro em suas dependências, por exemplo”, disse Laureano.

Devido ao período de estiagem, a municipalidade decretou Estado de Emergência com meio do Decreto Municipal n.º 3.379/2022 em fevereiro deste ano. Ainda assim, a prefeitura encerrou o exercício financeiro de 2021 com insuficiência de caixa da ordem de R$ 13 milhões, correndo o risco de ficar impossibilitada de honrar compromissos sociais urgentes.

“Se o Município de Serra Talhada acaba de sair de uma situação de emergência decorrente da estiagem e ainda se encontra em situação de emergência por força da pandemia do novo coronavírus, nos resta reconhecer que não pode alocar seus recursos financeiros para o custeio de shows e apresentações artísticas”, finalizou ela.

Confira os outros cachês da festa:

Xand Avião - R$ 350 mil
Zezo - R$ 75 mil
José Augusto - R$ 175 mil
Tarcísio do Acordeon - R$ 250 mil
Banda Melim - R$ 180 mil
Jonas Esticado - R$ 150 mil

 

*Com informações do G1

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