Guilherme de Pádua, ex-ator e assassino de Daniella Perez, filha da autora de novelas Gloria Perez, morreu no último domingo (6). Ele tinha 53 anos e sofreu um infarto.
Em 1992, Guilherme e sua então esposa, Paula Thomaz, praticaram o crime brutal que vitimou Daniella Perez. E uma das primas de Daniella deu uma declaração sobre a morte do assassino.
Filha de Glória Perez, Daniella foi assassinada com 18 punhaladas no coração, pulmão e pescoço pelo próprio par romântico na trama, Guilherme de Pádua. O assassino foi condenado a 18 anos de prisão junto com a esposa, Paula Thomaz, que estava grávida.
O ator Guilherme de Pádua começou a assediar Daniella quando os dois ainda gravavam a novela, o primeiro trabalho solo de Glória na Globo. Ele tinha receio de perder espaço na trama e passou a pedir para que a companheira de cena intervisse a seu favor.
Antes do fim daquele ano, Pádua notou que não tinha participação em dois capítulos finais da novela. Assim, no dia 28, ele deixou a gravação e foi para casa buscar lençol, travesseiro e a mulher, Paula.
Eles esperaram a saída de Daniella do set de gravações e, com o carro, a fecharam em um posto de gasolina. A filha de Gloria desceu do veículo para entender o que estava acontecendo e questionar Pádua, que a agrediu em seguida, deixando-a desacordada.
O assassino colocou Daniella no próprio carro, que foi dirigido por Paula, enquanto ele seguia conduzindo o veículo que era da atriz. O casal foi até a Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, e procurou por um terreno baldio.
Ali mesmo, Daniella foi assassinada. Moradores da região estranharam a movimentação e ligaram para a polícia, que chegou quando o casal não estava mais lá. A polícia descobriu que o ator estava envolvido no assassinato da atriz por causa da placa do carro, que foi anotada por testemunhas.
Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram condenados a 18 anos de prisão, mas ambos deixaram o presídio após cumprirem um terço da pena, em 1999.
Graças à brutalidade com que aconteceu, o assassinato de Daniella Perez tornou-se um caso midiático na época. Muitos queriam saber quem, de fato, haviam matado a atriz em ascensão e qual seria a punição destinada aos responsáveis.
Pouco depois do crime, a polícia chegou a dois nomes: Paula Thomaz e Guilherme de Pádua. As autoridades descobriram que o ator e a esposa estavam envolvidos por causa da placa do carro, que foi anotada por testemunhas.
De acordo com uma matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo durante a época do julgamento, o depoimento de Paula Thomaz foi marcado por contradições.
Paula chegou a dizer que estava no Barrashopping durante o momento do crime e depois mudou sua versão, dizendo que esteve no espetáculo "A Noite dos Leopardos", de nus masculinos, ao lado do esposo.
Informações ainda relatam que ela teve uma crise de choro e precisou ser retirada do local 15 minutos após o início do interrogatório. Na volta, negou sua participação no crime que matou Daniella Perez durante os 70 minutos de depoimento.
Os últimos episódios de "Pacto Brutal", série que relembra o assassinato da atriz, trouxeram novas revelações sobre o crime. Uma delas foi a de que o caixão no qual Daniella foi enterrada teve de ser aberto após o velório, por pedido de Glória.
Isso aconteceu porque o túmulo da atriz foi vandalizado por meses após o crime. “Desde que o fato aconteceu, praticamente há cada duas semanas, a gente era chamado porque tinham tentado abrir o túmulo [onde estava Daniella Perez] (…) Você não tem respiro, não tem paz nem ali no túmulo”, disse Glória Perez.
Em meio aos ataques, o corpo da atriz teve que ser transferido para outro túmulo. No processo de exumação, a autora disse que estranhou a cor do caixão da filha. “Tinha uma cor diferente e eu comecei a cismar que não era o caixão dela, que tinham trocado", relatou.
"Eu dizia: ‘Não é! Abre! Eu quero ver se é ela’. Gritei tanto que eles abriram. Eu me joguei lá em cima do caixão e olhei e vi que era ela”, diz Glória, em depoimento na série documental da HBO.
Segundo ela, assim que o caixão foi aberto, ela teve uma visão. “Não vi nada. Só vi ela. E vi igualzinha como no dia que eu enterrei. Igual. Eu lembro de ter dito pra Sandra: ‘Ela tá igualzinha’ e a Sandra disse: ‘Não, não está’. Eu disse: ‘Está, eu vi!’ e eu nunca mais falei sobre isso e nem quero falar. Eu vi igualzinha”.
Passados cinco anos do crime, o julgamento aconteceu e ambos foram condenados por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade da defesa da vítima. Guilherme foi condenado a 19 anos, e Paula, a 18 anos e seis meses.
Grávida durante o assassinato, Paula deu à luz Felipe em maio de 1993, enquanto estava presa. Ela e o ator se separaram pouco depois, em decorrência das diferentes versões apresentadas como defesa.
Em grande parte dos depoimentos, ele responsabilizava a estão esposa pelo crime. Com apenas sete anos de prisão, os dois foram colocados em liberdade condicional. Depois, Guilherme de Pádua virou pastor e Paula Thomaz leva uma vida discreta.
Um dos pedidos de Glória Perez para que a série "Pacto Brutal" saísse do papel foi que os assassinos não fossem ouvidos. A decisão da autora foi respeitada pela produção.
Porém, mesmo assim, Guilherme de Pádua deu um jeito de tentar enviar um recado para Glória Perez e Raul Gazolla, ex-esposo de Daniella.
Em um vídeo postado em seu canal do YouTube, o ex-ator e assassino afirmou que seu "maior sonho era poder pedir perdão".
De acordo com ele ele, muitos duvidam que ele realmente se arrependeu do crime brutal. Por isso, resolveu gravar publicamente um pedido de perdão para a mãe da atriz.
"Mas talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão. Por isso Glória Perez, eu te peço perdão, por todo sofrimento que eu te causei. Eu jamais esqueci daquele encontro na carceragem. Nunca esqueci", disse ele.
O assassino também mandou um recado para o ex-esposo de Daniella. "Raul Gazolla, eu te peço perdão. Eu nunca esqueci do dia que eu fui chamado na delegacia, você estava lá e se arrastou até a mim. Me abraçou chorando. E ali eu vi que eu era a pior pessoa do mundo", relatou.
Depois de ser acusado e cumprir pena, Guilherme foi solto e passou a integrar a Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG).
A informação sobre a morte dele foi divulgada através de uma live realizada pelo pastor Márcio Valadão, da mesma igreja de Guilherme.
"Pouco antes das 22h recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer", afirmou o pastor na transmissão.
Ele continua: "Para mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã eu dirigi um culto e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniella Perez, foi preso, cumpriu pena e se converteu".
Ainda durante a transmissão, Márcio Valadão revela que Guilherme de Pádua sofreu um infarto que causou sua morte.
Bárbara Ferrante, prima de Daniella Perez, foi ao Instagram para falar sobre o tema. "Que o diabo te carregue", diz a imagem, publicada com um texto que diz: "Jamais, por pior que fosse a pessoa, desejei ou comemorei a morte de alguém", iniciou.
"Mas esse FDP eu desejo que vá para o quinto dos infernos onde não poderá mais fazer sua cena de Madalena arrependida para uma igreja que compactua com um assassino da pior estirpe", escreveu Bárbara.
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