Conheça a história de Jeohsah Beserra, atleta recordista de Pesqueira convocado para Jogos Paralímpicos de Tóquio

O jovem do Agreste de Pernambuco vai em busca da vitória no mundial que começa em agosto
Eduarda Cabral
Publicado em 12/07/2021 às 14:15
Jeohsah Beserra mora em Pesqueira, no Agreste, e vai representar o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio Foto: Reprodução/Arquivo pessoal


Atletas de todo o mundo se preparam para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que serão promovidos entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro de 2021. Neste ano, o mundial conta com a maior delegação brasileira da história, com 253 atletas. Entre eles, está o pernambucano Jeohsah Beserra, que mora na cidade de Pesqueira, no Agreste. 

Jeohsah é o atual recordista brasileiro da sua categoria, que é a de salto em altura classe T44. O jovem começou a praticar esportes desde 2012, nas paralimpíadas escolares, e até 2015 praticava salto em distância e 100 metros rasos. Em 2016 ele se interessou pela modalidade do salto em altura e, mesmo diante de diversas dificuldades, com ajuda da atual mentora, Glébia Galvão, tem conseguido reconhecimento no esporte e agora vai em busca do título mundial.

"Em 2016, conseguimos ir para o evento teste do Rio 2016 e foi quando saiu a convocação dele", contou Glébia, que treina Jeohsah há cinco anos. No Rio de Janeiro, mesmo sem conseguir medalha, o pernambucano bateu o recorde da categoria e isso motivou ainda mais a dupla a buscar a convocação para as Paralimpíadas de 2020. "Foi um sonho construído, um sonho que virou meta. Todos esses anos vibrando e buscando a convocação para Tóquio", afirmou.

Em sua trajetória, além do recorde que ainda não foi batido por nenhum outro atleta, Jeohsah já conquistou o terceiro lugar do Parapan-Americano de jovens, em São Paulo, foi campeão no Mundial de Jovens, na Suíça, com apenas 18 anos de idade, e foi o segundo colocado no Grand Prix na Alemanha, em 2018.

Desafios e determinação 

Mesmo com destaque nacional e com a convocação para as Paralimpíadas, Jeohsah e diversos outros atletas convocados enfrentam desafios na preparação. Apesar do que muitas pessoas pensam, a dificuldade do atleta de Pesqueira não está na má formação congênita na perna esquerda, que não representa para ele uma limitação. A falta de reconhecimento para a prática esportiva é um dos reais agentes limitadores, mas isso não faz com que o sonho seja interrompido.

Para conseguir treinar, o atleta precisa improvisar os equipamentos e conta com a ajuda da criatividade e profissionalismo da treinadora. Os treinos são feitos no quintal da casa de Jeohsah, com um colchão que foi dado pela amiga de Glébia, que conheceu a história do pesqueirense e decidiu ajudá-lo. A estrutura para praticar o salto foi montada com canos, no chão de terra.

"Treinar aqui é uma superação. Treino sem as melhores estruturas ou os melhores lugares, comparado a grandes centros de treinamentos. Mesmo assim, a gente vê que independente disso a gente consegue", afirmou o atleta. "Tudo o que conquistei foi construído e colocado como meta. Ao chegar até aqui é algo que a única palavra que fica é gratidão. Todos temos que acreditar, temos sonhos e sonhos são para ser realizados", disse Jeohsah.

Confira a reportagem especial:

VEJA MAIS CONTEÚDO
Show Player

Este conteúdo é exclusivo para assinantes JC

O seu conteúdo grátis acabou

Já é assinante?

Dúvidas? Fale Conosco

Ver condições

Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory