Comerciantes reclamam de decreto que vai endurecer quarentena em Caruaru

Apenas serviços essenciais serão autorizados a funcionar durante 10 dias
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 25/06/2020 às 16:16
Comércio de Caruaru, no Agreste, segue fechado pelo menos até dia 5 de julho Foto: Reprodução/TV Jornal Interior


Os comerciantes de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, ficaram insatisfeitos com a decisão do Governo do Estado em endurecer as medidas restritivas da circulação de pessoas na cidade. Alguns setores que já tinham sido autorizados a reabrir não poderão mais atender o público desta sexta-feira (26) até o dia 5 de julho. Além disto, a decisão frustrou a expectativa de alguns de que haveria flexibilização das medidas de isolamento social nas próximas semanas.

A principal razão para a quarentena mais rígida tanto em Caruaru como em Bezerros é o aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) na região, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O secretário municipal de Saúde, Francisco Santos, reconhece que o isolamento na cidade diminuiu. "A gente observa isso de uma maneira geral. Houve uma queda e depois uma manutenção, mas sempre respeitando tudo o que estava autorizado para funcionar", afirmou.

Lojistas reagem

Caruaru e Bezerros já faziam parte do grupo de 85 cidades que foram impedidas de avançar no Plano de Convivência com a Covid-19 e não puderam reabrir o comércio. Para o empresário do setor têxtil Pedro Miranda, é difícil controlar a disseminação do vírus no Polo de Confecções do Agreste tomando medidas como estas apenas em Caruaru. "Aquelas pessoas que estavam vindo fazer compras na cidade, elas vão se deslocar para Toritama ou Santa Cruz e vai continuar a mesma questão da contaminação", argumentou.

O presidente do Sindicato dos Lojistas de Caruaru, Manoel Santos, acredita que faltou sensibilidade e diálogo por parte do governo estadual. "As pessoas vão passar fome, vão passar necessidade, e o governo não vai poder atender essas pessoas. Essa é a grande preocupação. As entidades de classe poderiam sentar com o poder público e discutir um plano de cooperação, de conscientização, tanto para os empresários como para os consumidores", sugeriu.

Veja na reportagem do "Povo na TV", da TV Jornal Interior:

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