A pesquisa Epicovid-19 BR indicou que a epidemia está em desaceleração na maior parte do Brasil. Segundo dados da pesquisa, o percentual de brasileiros que apresentam anticorpos contra o coronavírus caiu de 3,8% em junho para 1,4% em agosto.
A quarta fase da pesquisa teve 33.250 participantes de 133 cidades e foi feita entre 27 e 30 de agosto por uma equipe coordenada pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal.
Nas etapas anteriores, nas mesmas cidades, a soroprevalência estava crescendo: 1,9%, 3,1% e 3,8%, respectivamente. A região Norte foi a exceção porque algumas localidades afetadas no início da pandemia tiveram queda na proporção de soropositivos entre a segunda e a terceira fases do estudo.
Segundo Pedro Hallal, inicialmente se acreditava que os anticorpos contra o SARS-CoV-2 permaneciam por muito tempo no organismo, mas evidências recentes indicam que o teste rápido capta com sensibilidade as infecções recentes, de até 45 dias, podendo também detectar infecções graves um pouco mais antigas.
“Inicialmente tratávamos a Epicovid como uma filmadora, que poderia mostrar a evolução da soroprevalência no país ao longo da epidemia, de forma cumulativa. Agora sabemos que os anticorpos têm duração limitada e, portanto, o que temos são várias fotografias de momentos diferentes. Embora não seja possível estimar o total de brasileiros que já teve contato com o vírus em algum momento da vida, conseguimos ver com precisão o percentual de pessoas que foram infectadas recentemente e esse número está claramente caindo”, explica ele.
Nos primeiros meses da pandemia, de acordo com Pedro Hallal, a soroprevalência foi maior entre pessoas de 20 a 50 anos. Depois, o percentual diminuiu para esse grupo e cresceu em crianças e idosos.
Houve uma queda da prevalência entre indígenas nos últimos meses. Porém, pretos e pardos continuam com maior chance de infecção comparado aos brancos.
“Nesta quarta fase ficou bem clara a interiorização da pandemia. Hoje o vírus está muito mais forte nos municípios do interior do que nas capitais – o que é muito diferente do observado nas fases anteriores”, afirmou o pesquisador.
Informações: Agência Fapesp
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