Morre voluntário brasileiro que participava de testes da vacina de Oxford

Ainda não se sabe se ele tomou vacina ou placebo
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 21/10/2020 às 15:47
UE fez a compra de 300 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford Foto: Dado Ruvic / Reuters


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quarta-feira (21) que um voluntário brasileiro que participava dos testes da vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório Astrazeneca morreu.

A Anvisa informou que foi comunicada sobre o óbito na última segunda (19), quando recebeu os dados da investigação feita pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança. A agência disse que o comitê sugeriu o prosseguimento dos estudos.

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Ainda não há informações se o voluntário que faleceu recebeu uma dose da vacina ou placebo. A Anvisa disse em nota que o processo segue em avaliação. Os dados do voluntário não foram informados, seguindo os "princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes".

Entretanto, segundo o jornal O Globo, o voluntário chama-se João Pedro Feitosa. Ele tinha 28 anos, era médico recém-formado e morava no Rio de Janeiro. A morte ocorreu em decorrência de complicações da covid-19.

Interrupção

Os testes da vacina de Oxford chegaram a ser interrompidos no mês de setembro, após um voluntário do Reino Unido apresentar uma reação adversa. Os testes voltaram dias depois, após a Anvisa concluir que a relação entre benefício e risco se mantinha favorável.

A Astrazeneca ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Confira a nota da Anvisa na íntegra:

"Em relação ao falecimento do voluntário dos testes da vacina de Oxford, a Anvisa foi formalmente informada desse fato em 19 de outubro de 2020. Foram compartilhados com a Agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança. É importante ressaltar que, com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação.

Portanto, a Anvisa reitera que, segundo regulamentos nacionais e internacionais de Boas Práticas Clínicas, os dados sobre voluntários de pesquisas clínicas devem ser mantidos em sigilo, em conformidade com princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes.

A Anvisa está comprometida a cumprir esses regulamentos, de forma a assegurar a privacidade dos voluntários e também a confiabilidade do país para a execução de estudos de tamanha relevância.

A Agência cumpriu, cumpre e cumprirá a sua missão institucional de proteger a saúde da população brasileira".

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