O engenheiro Leniel Borel, pai do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, contou durante entrevista que passou a questionar o filho com frequência quando começou a desconfiar de que ele estava sofrendo agressões. Sua ex-mulher Monique Medeiros, negava os relatos do filho que dizia que a história era fruto da imaginação da criança, por conta da separação dos pais.
Leniel disse que, durante uma chamada de vídeo realizada no dia 3 de março, cinco dias antes da morte do garoto, Henry falou repetidas vezes "O tio machuca". Estavam presentes na chamada a avó Rosângela Medeiros e da babá Thainá de Oliveira. O "tio" a quem o garoto se referia era o vereador Dr. Jairinho.
"Ele atendeu todo tristinho. Eu perguntei o que houve. Ele me disse: 'Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe'. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: 'O tio me machuca'. Ele estava perto da avó e da babá. Aí eu disse: 'Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?'", lembrou o engenheiro em entrevista à Globo.
Leniel disse que por um tempo não entendia porque Monique e a ex-sogra, com quem tinha uma boa relação, mentiram para ele durante todo esse tempo. "Durante a ligação, Dona Rosângela (avó materna) disse: 'Leniel, esquece isso. O Henry é muito inteligente! Ele está fazendo isso por causa da nova casa, pois ele não quer ficar lá", relatou o pai do menino.
O pai do menino disse que Henry começou a ir às consultas com uma psicóloga após a separação e tinha esperanças de que ela conseguisse "extrair" alguma fala da criança que comprovasse as suspeitas. "A busca pela psicóloga parecia ser a solução. Eu fui na primeira sessão com ela. Eu pensei: 'Beleza, ele (Henry) não falou comigo, mas vai falar com a psicóloga'"contou, mas destacou que Henry não comentou sobre as agressões com a psicóloga.
Leniel disse que passou a examinar o corpo do menino e a puxar assunto com o filho. No sábado, dia 6 de março, ele disse que, ao pegar a criança no apartamento de Jarinho e Monique, percebeu um arranhão no nariz. "Perguntei a ele o que era aquilo. Ele me respondeu: 'Papai, eu não sei'. Hoje eu acho que ele foi coagido a não falar o que acontecia lá", disse o engenheiro.
De acordo com os investigadores, a criança morreu em 8 de março, vítima de assassinato com emprego de tortura e sem chance de defesa. Padrasto e mãe de Henry foram presos sob acusação de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas para combinar versões.
Durante as investigações do caso, a polícia chegou a afirmar que descobriu que, antes do fim de semana da morte de Henry no dia 8 de março, o vereador Dr. Jairinho já agredia o menino com chutes, rasteiras e golpes na cabeça. Policiais afirmaram que a mãe, Monique, já sabia das agressões desde, pelo menos, fevereiro.
Desde o dia da morte da criança, a polícia ouviu pelo menos 18 testemunhas e reuniu provas técnicas que descartaram a hipótese de acidente. O resultado da necropsia, feita pelo Instituto Médico-Legal (IML), diz que a causa da morte de Henry foi “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.
*Com informações do portal O Globo
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