Veja quais são as reivindicações dos caminhoneiros que estão fazendo paralisações nas estradas brasileiras

Diversos pontos de bloqueio estão sendo registrados pelo país nesta quinta
NE10 Interior
Publicado em 09/09/2021 às 9:40
Caminhoneiros Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil


Diversas manifestações de caminhoneiros bolsonaristas começaram nessa quarta-feira (8) em rodovias de todo o Brasil. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registradas paralisações, bloqueios e interdições em Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (9), as paralisações continuam em algumas estradas pernambucanas e de outros estados.

Reivindicações

Em Igarassu, no Grande Recife, de acordo com a PRF, a reivindicação era pelo preço dos combustíveis e implantação do voto impresso nas eleições do próximo ano.

A categoria em geral reivindica que seja zerado o PIS-Cofins, que incide sobre o óleo diesel já em janeiro de 2022. Os profissionais também se manifestam a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) segue acompanhando a movimentação e informou que em algumas estradas o bloqueio é parcial.

Segundo o ministério, os atos não são organizados por entidades setoriais do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea. Ainda segundo a pasta, atualmente não há previsão de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) emitiu uma nota repudiando os bloqueios e afirmou que as paralisações poderão causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio. De acordo com a entidade, os bloqueios e as eventuais consequências para o abastecimento poderão atingir o consumidor final e o comércio de vários tipos de produtos.

Um dos líderes do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, disse que vai entregar um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedindo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando através da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro está aqui [na Esplanada dos Ministérios] buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão", disse ele em um vídeo que está circulando nas redes sociais.

A paralisação não é unânime entre a categoria. Algumas entidades de caminhoneiros autônomos e que chamam mobilizações a favor de demandas específicas não aderiram aos atos.

Paralisação dos caminhoneiros: saiba quais estradas estão com bloqueios em Pernambuco nesta quinta-feira

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens-SP), o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) informaram que não apoiam a paralisação e não estão participando dos atos, assim como a NTC&Logística.

O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmou que o movimento é de cunho político com participação de empresários de transporte e seus funcionários celetistas, e não de transportadores autônomos. "Os caminhoneiros estão sendo usados como massa de manobra. Existe um movimento com interesse de empresas e do agronegócio atrás do financiamento desses atos. Está claro que a pauta não é da categoria", disse ele. Segundo Chorão, uma greve geral seria prejudicial aos autônomos.
O diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que viu alguns pontos de manifestações. "Vimos veículos do agronegócio, como tratores e máquinas agrícolas, e a ala de patriotas apoiadores do presidente Bolsonaro. O transportador autônomo vai continuar tentando trabalhar", afirmou.

*Com informações do JC

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