*Com informações do repórter Luiz Carlos Fernandes, da TV Jornal Interior
Um caso inusitado ocorreu esta semana em Pernambuco: duas idosas com o mesmo nome, Helena Maria da Silva, morreram no último domingo (3) no Hospital Regional de Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, vítimas de síndrome respiratória. Porém, após o enterro de uma delas, no distrito de Cruzes, em Panelas, no Agreste do Estado, a família recebeu uma ligação de que o corpo da parente ainda estava no hospital. Foi quando a confusão foi descoberta: os corpos tinham sido trocados.
Em vez de enterrar o corpo de Helena de Panelas, de 74 anos, a família havia enterrado o corpo da outra Helena, que morava em Cortês, na Zona da Mata, e tinha 87 anos. Como havia a suspeita do novo coronavírus em uma das pacientes, o caixão foi fechado e os parentes não puderam fazer o velório. Só depois descobriram que o corpo foi trocado.
A família de Panelas denuncia que não pôde reconhecer o corpo para a liberação no hospital. "É um direito nosso que foi negado. A gente primeiro não poder reconhecer o corpo, ser praticamente uma indigente. Pegar um corpo que a gente nem sabia se era de fato ela. Disseram que havia dois corpos com o mesmo nome, a gente pelo menos poderia ter dado uma foto dela, mas não quiseram ver a foto dela, falaram que já sabiam", contou o neto da Helena de Panelas, Johnny Andrade.
Quando a troca foi identificada, a Defensoria Pública solicitou a exumação do corpo da idosa de 87 anos, alegando que nela não havia a suspeita de covid-19. A exumação ocorreu na tarde dessa terça-feira (5). Mesmo causando problemas para as duas famílias, os parentes da idosa de Cruzes foram os que precisaram passar pelo enterro duas vezes. "Vamos buscar os nossos direitos, é um transtorno muito grande para a família enterrar um corpo, passar por um momento difícil como passamos na segunda-feira, quando achávamos que era ela", lamentou o neto.
Em nota, a direção do Hospital Regional de Palmares lamentou o ocorrido e informou que desde a segunda (4) manteve contato com ambas as famílias para resolver a situação, que foi solucionada na tarde da terça. "A direção solidariza-se com os familiares neste momento de dor e se mantém à disposição para mais informações", diz ao texto.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), para fazer a liberação dos corpos de pacientes suspeitos ou confirmados para a covid-19, um parente deve fazer o reconhecimento seguindo as medidas de segurança necessárias, como o uso de máscara, e evitando o contato com o corpo.
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