Passados 365 dias, as lembranças decorrentes, daquele 26 de setembro trágico, ainda se encontram marcadas nas memórias dos profissionais que estiveram envolvidos no caso da bebê, que foi mantida em cárcere privado e acabou sendo degolada pelo próprio tio, no sítio Taquara, em Altinho, no Agreste pernambucano. Na ocasião, o suspeito chegou em casa alterado durante a madrugada, se trancou com ela e não queria abrir a porta.
Na manhã do dia seguinte, a família acionou a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu para fazer a liberação da menina. Com a chegada da equipe de Bombeiros, foi iniciada uma intensa negociação. Em um determinado momento, a casa foi invadida e a porta do banheiro foi arrombada, mas a criança já havia sido morta.
A técnica de enfermagem Rosiane Cumaru encontrava-se integrando a equipe de atendimento do Samu, neste dia, e disse, na ocasião, que nunca tinha visto algo parecido: “Nunca me deparei com tal situação. Tenho mais de 12 anos de profissão. Foi um momento comovente, me emocionei muito. Nós tínhamos esperança de a criança estar viva, inclusive pedi para dar mamadeira para a criança, colocar água”.
Hoje, passado um ano desta tragédia familiar, que acabou comovendo todo o estado de Pernambuco, ela ainda guarda na memória os momentos de terror, que caracterizaram o caso. “Recordo que o bombeiro me passou a menina, mas ela estava enrolada numa manta e não deu para perceber, logo, o estado da criança. Mas quando abri a manta, fiquei transtornada com o que vi. Fique perturbada e passei um bom tempo fazendo uso de medicamentos para conseguir dormir”.
Assim como Rosiane, o socorrista Cícero Antônio também esteve atuando na ocorrência. Ele ainda se emociona ao relembrar a morte trágica da criança. “Ainda me emociono, porque nós que somos pais, sabemos o quanto é difícil ver uma cena daquela. Uma situação muito difícil!”.
O sargento Lindomar Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, compôs a equipe de negociação com o suspeito e também ainda relembra muito bem do caso da bebê degolada. “Acreditávamos que a criança estava viva, porque não tínhamos contato visual com ele. Fomos até o final com esperança, mas quando me deparei com aquela cena, ou seja, da criança morta, não consigo esquecer!”.
Atualmente, o suspeito permanece preso na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, onde aguarda julgamento.
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