Na noite desta terça-feira (6), quatro homens invadiram o estúdio de uma rádio localizada em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. Eles se declararam como apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ameaçaram agredir o radialista Júnior Albuquerque, após o profissional criticar a atuação do Governo Federal no combate a pandemia da Covid-19.
No dia 23 de março, o radialista participava do programa opinativo 'Olhando de Frente', na Rádio Comunidade FM. Na ocasião, a pauta era sobre o número de vidas perdidas para o coronavírus no Brasil, o país se aproximava de 300 mil mortos pela Covid-19 e o profissional comentava este cenário.
"Eu fiz um comentário da seguinte forma: O Hitler não podia ser condenado sozinho por todas aquelas mortes, na Alemanha, por aquele genocídio. Quem o apoiou, ajudou a chegar ao poder, contribuiu e aceitou o que ele estava fazendo também tem culpa", relembrou.
Depois de fazer a comparação com outro momento da história, Júnior fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Ele disse "os eleitores de Bolsonaro devem começar a criticar ele, mesmo que votem nele no próximo ano, para ver se ele muda a política sanitarista", disse.
A fala do radialista que gerou polêmica foi quando ele opinou sobre a responsabilidade dos eleitores do presidente. "O eleitor que estiver de acordo com a política sanitária de Bolsonaro também vai ter sangue nas mãos, como o pessoal que ajudou Hitler, a história vai dizer isso", afirmou durante o programa.
Em entrevista à reportagem do NE10 Interior, o comunicador, que trabalha no ramo há dez anos, disse que no dia 30 de março, comentou que gostaria de ter uma conversa com essas pessoas para que eles pudessem debater sobre o assunto.
"Eu disse que que esse pessoal fosse até a rádio pra gente debatedor e eles me explicarem o motivo de tanta raiva e também me mostrarem o que foi que o presidente deles fez de bom. Quando foi ontem eles invadiram o estúdio da rádio e me ameaçaram ", disse.
A agressão, segundo Júnior, só não aconteceu porque seus colegas de bancada interviram. Após terminar o programa, o radialista prestou queixa na delegacia do município. Além disso,ele disse que pretende, ainda nesta semana, realizar uma queixa-crime no Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
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