Representantes do Polo de Confecções pedem reabertura das feiras em audiência

Reabertura está prevista para a sétima etapa do Plano de Convivência com a Covid-19; Agreste está na quarta
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 25/07/2020 às 11:49
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco durante videoconferência sobre polo têxtil Foto: Reprodução/YouTube


Representantes do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco pediram celeridade na reabertura das feiras da região ao Governo do Estado, durante reunião extraordinária da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Participaram do encontro por videoconferência gestores de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, além de empresários e comerciantes da região.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, também esteve na reunião, e se comprometeu a encaminhar as demandas e sugestões ao comitê de crise de Pernambuco.

A reabertura das feiras de confecções está prevista para ocorrer na sétima etapa do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19. A Região Agreste atualmente opera na quarta etapa, enquanto a Região Metropolitana do Recife (RMR), a Zona da Mata e parte do Agreste Setentrional estão na sexta etapa.

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Durante a reunião, Schwambach explicou que as 11 etapas do Plano de Convivência com a Covid-19, que incluem 32 setores econômicos, estão sendo adotadas de forma gradativa para evitar que seja necessário fechar novamente algum segmento já reaberto. De acordo com o secretário, as avaliações são semanais e regionalizadas, considerando a curva de contaminação, os números de infectados, disponibilidade de leitos, entre outros.

"O polo [de confecções] é um caso único no mundo. Não é somente um equipamento, envolve atividades diferenciadas com uma grande quantidade de trabalhadores. Ele mobiliza indústria, comércio, logística e serviços de alimentação, hospedagem e transporte. Nossa intenção é abrir o máximo possível da economia, mas precisamos ter condições sanitárias e metodologia. Não podemos liberar atividades com base em 'achismo', sem que os dados da saúde nos deem conforto para avançar", declarou.

Argumentos

De Caruaru, o deputado Tony Gel (MDB) pontuou que com a reabertura do comércio varejista, no dia 13 de julho, os sulanqueiros passaram a vender as mercadorias em locais como as margens de estradas. Para ele, o ideal seria reabrir as feiras no início de agosto, aproveitando o período de menor movimentação na região, do que funcionar de forma irregular, como ocorre atualmente: "É como se a feira estivesse funcionando normalmente, mas sem autorização, protocolo ou fiscalização. O índice de contágio, com essa desorganização, está enorme".

O presidente da Comissão, o deputado Erick Lessa (PP), afirmou que os sulanqueiros "não são os vilões" da história: "As pessoas estão vendendo as roupas nos braços, em bicicletas, carros, motos e estão colocando manequins na BR. Contamos com a sensibilidade do Governo do Estado e a participação dos três municípios, para que haja a reabertura. Os sulanqueiros já mostraram que têm maturidade [para acatar os protocolos]".

Gestores municipais

O prefeito de Toritama, Edilson Tavares, participou do encontro e afirmou que após quatro meses de atividades suspensas, a situação econômica na cidade é "gravíssima". De acordo com ele, 95% dos empregos na cidade dependem da confecção: "Se demorar mais, corremos o risco de não ter mais negócio para abrir". O secretário de Desenvolvimento de Caruaru, André Teixeira, revelou que um protocolo de reabertura já foi aprovado pelos feirantes, mas só pode entrar em vigor com a liberação da atividade.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Cruz, Isaac Aragão sugeriu a medição da temperatura por amostragem nos pontos de vendas para detectar casos suspeitos da covid-19.

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O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), Luverson Ferreira, revelou que a cidade já perdeu 4 mil empregos formais por causa da pandemia da covid-19. Ele argumentou que as feiras e shoppings podem ajudar a propagar medidas sanitárias, efetuando distribuição de máscaras e disponibilizando locais para higienização pessoal.

Participaram ainda representantes da União dos Sulanqueiros, da Associação dos Sulanqueiros, do Moda Center Santa Cruz, Câmara de Dirigentes Lojistas de Caruaru (CDL), Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru, Associação Comercial e Industrial de Toritama (Acit) e do Parque das Feiras de Toritama.

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